Foto: Marlene Almeida – Sem Título (década de 1990)
Projeto com curadoria de Bitu Cassundé coloca em diálogo produções de artistas de diferentes gerações e regiões do Brasil, a partir do dia 30 de outubro, às 18h
O que pode (ser) um território? Pensar esse conceito em sua multiplicidade: como espaços físicos ou imaginados, ideias, corpos, afetos. Esses são alguns dos caminhos instigados por “Territórios Desviantes”, exposição com curadoria de Bitu Cassundé, que a Galeria Marco Zero apresenta a partir do dia 30 de outubro, às 18h. A coletiva aproxima os trabalhos de 25 artistas de diferentes gerações e regiões do Brasil, com destaque para o Nordeste e o Norte, com a perspectiva de construção de novas veredas e possibilidades, a partir do insólito e do impremeditável.
Apresentada inicialmente na 3ª edição da Rotas Brasileiras, em São Paulo, a exposição “Territórios Desviantes” chega ao Recife com uma nova configuração, fruto do seu caráter processual e experimental. O curador Bitu Cassundé enfatiza que a construção do projeto tem se dado com uma aprofundada pesquisa, que inclui visitas aos ateliês dos artistas e um olhar expandido, preocupado com questionar hierarquias e hegemonias, como a distinção entre popular e contemporâneo.
A exposição reúne trabalhos em técnicas e suportes variados, como pintura, escultura e fotografia, dos artistas Advânio Lessa, Bozó Bacamarte, Bruno Vilela, Charles Lessa, Chico da Silva, Delson Uchôa, Devi de Jesus do Nascimento, Emanuel Nassar, Estevan Davi, Francisco Brennand, Geoneide Brandão, Gio Simões, Hélio Melo, Ianah, José Rufino, Juliana Lapa, Leonilson, Marlene Almeida, Montez Magno, Rayana Rayo, Rodrigo Braga, Rubem Valentim, Thiago Costa, Tunga e Véio.
“Nos interessa entender como as relações se estabelecem quando as obras desses artistas são colocadas em diálogo. O projeto tem uma dimensão orgânica de se aproximar das produção de artistas já consagrados ou que ainda não estão nas rotas tradicionais do circuito de arte. Nossa ideia é pensar o território em suas cartografias, como a do Nordeste, e suas metáforas, como o corpo, a partir do desvio. Temas como natureza, ficção, fabulações e a relação entre vida e arte estão entre os índices que aparecem com frequência nas obras”, explica Bitu Cassundé.
O curador chama a atenção ainda para a importância do tipo de iniciativa empreendida pela Galeria Marco Zero. A parceria tem se desenvolvido ao longo dos últimos oito meses e tem foco na investigação, possibilitando que a curadoria não transforme a galeria em um simples suporte para as obras.
“Fomentar a pesquisa está entre os princípios fundamentais da Marco Zero. Entendemos que a galeria não é apenas um espaço de exibição e comercialização de obras, mas também de promoção de encontros, pensamentos e sensibilidades. Acreditamos no respeito aos processos artísticos, na pluralidade criativa e no estímulo aos diálogos entre artistas, colecionadores, o público e pesquisadores”, aponta Marcelle Farias, sócia-fundadora da Galeria Marco Zero junto a Eduardo Suassuna.
Eduardo reforça que a parceria com Bitu em “Territórios Desviantes” e seus desdobramentos futuros são reflexos desse compromisso com a experimentação e ampliação das rotas do circuito da arte. A expectativa é de que a pesquisa tenha novas etapas no próximo ano.
“É fundamental continuarmos fortalecendo os espaços para a criação e a pesquisa, entendendo a galeria como parte desse processo, razão pela qual também mantemos um núcleo educativo, responsável por aproximar o público ainda mais dos projetos que apresentamos”, pontua Eduardo.
Serviço:
Exposição “Territórios Desviantes”
Galeria Marco Zero
Abertura: 30 de outubro de 2024, às 18h
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 17h, até 18 de janeiro de 2025
Endereço: Avenida Domingos Ferreira, 3393, Boa Viagem, Recife – PE
Entrada Gratuita
Informações: (81) 98262-3393 / www.galeriamarcozero.com / @galeriamarcozero (Instagram)