Com a chegada do verão, a exposição solar fica quase inevitável. Para que não haja queimaduras e futuros problemas, como câncer de pele e envelhecimento precoce, é preciso que produtos que garantam uma proteção eficaz sejam utilizados. As blusas UV, com tecidos que bloqueiam a chegada dos raios UVA e UVB à pele, são muito utilizadas e indicadas para momentos de exposição ao sol. Nathilucy Marinho, professora de Tecnologia Têxtil do UniFBV Wyden, diferencia os tipos de raios e explica por que é importante usar o produto têxtil adequado. 

“UVB são raios ultravioletas que atingem superficialmente e causam queimadura no sol. A única coisa que a pessoa vai ter é a descamação da pele e vermelhidão. O UVA vai atingir mais profundamente a pele, causando danos mais profundos. como o envelhecimento celular e o câncer de pele. Os tecidos mais indicados e utilizados em relação ao calor, quando não há exposição ao sol e o tempo está quente, são algodão, linho e viscose. Mas em relação ao contato direto com os raios ultravioletas eles não são indicados porque eles são tecidos que tem um FPS baixo”, diz.

O fator mínimo de FPS indicado é 30. Isso quer dizer que a tolerância ao sol da pessoa aumenta em 30 vezes. Se em cinco minutos, sem protetor solar, ela sofre queimaduras, usando um de FPS 30 a resistência aumentaria para 150 minutos. A maioria dos tecidos, como o algodão, tem uma estrutura mais aberta e um FPS de cinco a nove, o que não é suficiente para proteger. A professora expõe que os tecidos mais indicados são poliéster e poliamida por serem sintéticos e construídos por estruturas mais fechadas, impedindo assim a entrada dos raios nocivos. 

“Existem normas e testes que comprovam a eficácia desses tecidos com proteção ultravioleta. E esses testes são feitos tanto no Brasil quanto internacionalmente. Então tem normativas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), tem que ser passado pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e normas de ISO (Organização Internacional de Normalização) também para comprovar esse alto padrão de proteção de raios ultravioletas. Tanto a poliamida quanto o poliéster passam nesses testes porque o tecido tem maior absorção dos produtos que são adicionados”, comenta. 

Por terem em sua produção o dióxido de titânio, as roupas indicadas para proteção UV possuem um toque mais gelado, que além da proteção promove o bloqueio do calor. Além do material, Nathilucy indica o uso de roupas com cores mais escuras, pois elas possuem resistência à luz, facilitando o nível do grau de luz que será refletido.

Em relação à exposição na parte da cabeça, o uso de chapéus se faz importante. O indicado por Nathilucy é que também sejam escuros e sintéticos e, caso seja de material natural, é melhor que sejam de tramas trançadas. Alguns modelos apontados pela professora são os floppy, que têm abas bem mais longas e mantém a sombra sobre todo o rosto e a parte do colo, os tradicionais bonés, o chapéu EPI, que protege rosto, orelhas e nuca, e o chapéu de pescador, que vai proteger a orelha e um pouco do colo. Ela, entretanto, desaconselha o uso de viseiras, pois deixam o couro cabeludo exposto.