Começo de ano é tempo de férias. Temporada de diversão e aventuras. É exatamente neste período que acontece o aumento da frequência de quedas, pancadas e acidentes que resultam em idas aos consultórios médicos e odontológicos. Para saber o que fazer quando o dente quebra, conversamos com Rodrigo Coifman, cirurgião-dentista e sócio da clínica Estética Sorriso, no Recife, que explicou como proceder nessa situação, principalmente com crianças.

“Uma das consequências mais comuns desses acidentes são os traumas sobre os dentes, e é justamente quando isso ocorre que os pais ficam assustados sem saber como proceder”, contou Rodrigo Coifman.  “Se não acompanhado e conduzido corretamente, um trauma sobre o dente pode gerar consequências para uma vida inteira”, acrescentou.

O QUE PODE ACONTECER – Tudo depende da intensidade do trauma. Enquanto quedas e pancadas leves podem não gerar consequências, impactos mais severos podem quebrar o dente ou até tirá-lo completamente da boca. “Uma ocorrência extremamente comum nesses casos, é que dentes que sofrem impactos, mesmo em grau leve, podem necrosar e escurecer com o tempo, pois o trauma tanto pode romper os vasos que irrigam e nutrem o dente, como pode induzir processos degenerativos internos”, explicou Coifman.

E O QUE FAZER – A primeira orientação é a prevenção. De acordo com Rodrigo Coifman, “crianças que têm os dentes superiores projetados para frente são mais susceptíveis a sofrerem traumas e, portanto, devem realizar tratamento ortodôntico em idade precoce para recuar os dentes e minimizar riscos”. Em caso de trauma, vai depender da extensão e severidade. Quando o dente se desloca para algum dos lados é necessário reposicioná-lo para a posição original e aliviar o contato da mordida. Já quando ocorre fratura de parte do dente é interessante que se guarde o fragmento quebrado em um ambiente hidratado, pois é possível realizar a recolagem.

Em casos de pancadas maiores, quando o dente sai completamente da boca, se o dente for permanente, os pais devem guardá-lo imediatamente imerso no leite, no soro ou na saliva até o momento da consulta, “que deverá ocorrer em até 2 horas após o acidente para aumentar os sucessos do reimplante”, disse o especialista. Se o dente for de leite, o reimplante não deve ser realizado, sendo indicado apenas soluções estéticas para fechar a “janelinha” que surgiu antes do tempo. “De um modo geral todos os dentes que sofrem traumas leves ou severos precisarão de acompanhamento de longo prazo com radiografias e testes de vitalidade para verificar a condição da raiz e da polpa dentária e se ocorreu necrose imediata ou tardia, pois estes dentes sempre estarão mais propensos a apresentar surpresas”, finalizou Coifman.