Por Ricardo Haag

Imaginar um modelo de trabalho 100% à distância ou, ao menos híbrido, era uma realidade distante para diversas empresas há alguns anos. Mas, com o isolamento social, a viabilidade e benefícios proporcionados pelo trabalho remoto fez com que essa modalidade venha sendo cada vez mais adotada por inúmeras companhias. Em uma nova rotina profissional, muito além do que prezar pela entrega de resultados, garantir um vínculo social entre os times distantes fisicamente, se tornou uma gestão indispensável dentre organizações dos mais diversos portes e segmentos.

Não há dúvidas de que, mesmo as companhias mais avessas à essa tendência, logo notaram as vantagens do trabalho remoto para a redução de custos e, principalmente, uma maior produtividade dos profissionais em suas casas. A autonomia e liberdade proporcionada por esse modelo se tornou um enorme atrativo no mercado – sendo considerado, até mesmo, como um fator decisivo para a contratação e retenção de talentos.

Em uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA), 78% dos brasileiros desejam manter o trabalho remoto, mesmo após o fim da pandemia. Questionar tais benefícios e preferências é impossível – porém, ao mesmo tempo, torna inegável a carência e falta de contato humano sentido por muitos nessa nova rotina.

Somos seres sociáveis por natureza. Mesmo diante dos mais sofisticados recursos tecnológicos de comunicação, o contato humano e presencial com colegas, amigos e familiares é algo que nenhuma ferramenta é capaz de trazer com a mesma sensação de realidade. Dependendo do perfil de cada um, essa falta de convivência se tornou um dos maiores desafios do home-office, abrindo uma lacuna que, às vezes, se torna muito difícil de ser preenchida à distância.

Cultivar vínculos sociais no trabalho remoto não é uma missão fácil, mas essencial para garantir uma satisfação no ambiente corporativo e, acima de tudo, retenção dos profissionais na empresa. Seja optando pelo modelo completamente remoto ou híbrido, a empresa deve ser coerente em sua rotina de trabalho. É preciso criar uma disciplina de agenda, focada em trazer um dinamismo para as relações que engajem os membros das equipes e os façam enxergar seu propósito para a prosperidade do negócio.

Ao mesmo tempo que o trabalho remoto traz uma maior produtividade e redução de gastos, promover encontros presenciais é essencial para levar a cultura interna a todos os profissionais. Por isso, é importante que todas as empresas busquem organizar esses momentos com certa frequência, principalmente, para aquelas que oficialmente, se definirem como companhias em home-office.

Seja por meio de eventos corporativos, festas de celebração de aniversários ou happy hours, as companhias que estiverem engajadas em estimular o convívio social entre seus times, certamente conseguirão satisfazer cada vez mais profissionais – contribuindo, ainda, para uma maior atração, retenção e perpetuação de sua cultura organizacional.

Muitas ferramentas disponíveis no mercado são completamente capazes de nos munir de meios de comunicação à distância. Contudo, o toque, a confidência, e o relacionamento fortificados no presencial, são características que nenhuma tecnologia substitui. As empresas que se preocuparem com essas ações, certamente manterão equipes mais unidas, felizes, produtivas e alinhadas em prol do desenvolvimento do negócio.

Ricardo Haag é sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.

Sobre a Wide:

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Com mais de 30 anos somados de recrutamento especializado e mais de 20 mil entrevistas realizadas, o propósito da Wide, empresa de recrutamento e seleção de alta gerência, é construir legados, seja o das empresas contratantes, o dos candidatos e o seu próprio.