Doença é caracterizada pela ocorrência recorrente, repentina, inesperada e inexplicável de crises de ansiedade agudas 

O período pandêmico, provocado pela Covid-19, vírus que aterrorizou o Brasil e o mundo, colocou muitas pessoas reféns em suas próprias casas, como forma de prevenção, mas, em diversos lares, o medo ressoou mais forte e trouxe um alerta para uma doença silenciosa, a síndrome do pânico. A doença afeta, ao menos, 2% a 4% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A síndrome ou transtorno do pânico é caracterizada pela ocorrência recorrente, repentina, inesperada e, de certa forma, inexplicável de crises de ansiedade agudas, marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais. Palpitações, coração pulsando forte, arritmias breves, taquicardia, sudorese, tremor, sensação de falta de ar ou de fôlego, sensação de desmaio, convulsões, fáceis de confundir com ataques histéricos, náusea ou desconforto abdominal, são sintomas que, inicialmente, podem ser notados. 

Durante a crise a pessoa experimenta a nítida sensação de que vai morrer ou de que perdeu o controle sobre si mesma. Além disso, a doença pode provocar sensações capazes de colocar o indivíduo em situações de risco que ameaçam sua saúde e segurança. Desta forma é possível observar pacientes que se vejam presos em algum lugar, e no desespero de sair do local, podem se colocar em risco real, concreto.

Outro aspecto importante que acaba se tornando um risco para quem é acometido com a síndrome do pânico é a semelhança de alguns dos seus sintomas, com os apresentados durante uma crise, e isso poderá confundir o atendimento e o diagnóstico, pois muitos dos sintomas são apresentados em outras doenças.

Segunda a psicóloga e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Cynthia Andressa, existem vários tratamentos para quem sofre com a doença. “Uma das modalidades de tratamento é a utilização de farmacológicos, a exemplo dos benzodiazepínicos, antidepressivos. A psicoterapia torna-se fundamental para o tratamento, entendendo que a partir do acompanhamento psicológico será possível compreender as causas e pensar em estratégias para o enfrentamento. Não podemos deixar de reconhecer a contribuição de práticas coadjuvantes a exemplo de exercícios físicos e práticas de atividades relaxantes”.

A especialista reforça que existe cura para a doença. “Existe cura para a síndrome, visto que existe uma ótima resposta à medicação. A maioria dos pacientes não voltam a apresentar o quadro.  Contudo é sempre importante uma investigação minuciosa, pois a associação entre doenças psiquiátricas é muito frequente, assim como é necessário observar os fatores de risco que podem contribuir com a reincidência dos sintomas”.