Inquieto artista carioca, Sergiopí segue se desafiando e revelando canções que estarão em seu novo disco, “Praeteritum”, previsto para 20/01. O trabalho coloca em destaque o lado de intérprete do cantor e compositor, apresentando versões para algumas faixas icônicas da música nacional. Após revisitar “Preciso Me Encontrar”, de Candeia, agora Sergiopí mostra sua versatilidade no baião “Nada Sem Você”, já disponível para streaming.
Ouça aqui: https://sergiopi.lnk.to/
“Nada Sem Você” é daquelas músicas que transbordam melancolia. Em um arranjo que une o moderno com o tradicional, o cantor cria paisagens subjetivas ao entoar o luto impossível que a letra propõe.
Idealizada por Sergiopí, a nova gravação tem produção musical do cantor e compositor Wado. “Há uma leve desconstrução de xote e baião, partindo principalmente das pesquisas de Mauro Refosco (Atoms for Peace, Thom Yorke) no Forró in the Dark – uma espécie de olhar gringo para o Nordeste mais profundo”, diz o produtor.
Dinho Zampier tocou os pianos e Jair Donato mixou e pilotou os sintetizadores, programações e guitarras direto de Maceió, enquanto as vozes do artista foram gravadas por Tuta Macedo, no Rio de Janeiro. Carlos Freitas masterizou de Miami.
De autoria de Ivan Lins, Celso Viáfora e Ivano Fossati, “Nada Sem Você” foi originalmente lançada por Lins em 2000, no álbum “A Cor do Pôr do Sol”.
Após transitar pelo pop soul dançante em “Meu Pop É Black Power” (2015) e pelo indie pop no 100% autoral “Auradelic” (2020), Sergiopí reflete em “Praeteritum” a memória afetiva musical em uma coleção de faixas que vai de Marina Lima a Chico Buarque, de Gonzaguinha até Milton Nascimento. O novo disco sai em 20 de janeiro, dia de São Sebastião, protetor do artista.
Crédito: A. Lopes
Letra
Sem você sou inutilidade
Nuvem negra ao fim da tarde
Escondendo o pôr-do-sol
Sem você e tudo são naufrágios
Onde eu sou o foco frágil
De um estúpido farol
Sem você é tudo tão difuso
Uma hora em outro fuso
Arco-íris de uma só cor
Sem você é o frio do dilúvio
Onde o olho do Vesúvio
Que sou eu, já se apagou
Coisa linda
Coisa linda
Coisa linda
Fica, por favor
Sem você sou a desalegria
No espelho da alegoria
Que ficou no barracão
Nada, sem você sou uma bobagem
Uma falsa tatuagem
Que desmancha no sabão
Sem você é tudo revirado
O futuro do passado
De onde nada se guardou
O silêncio que quebrou o rádio
E ficou no chão do estádio
Quando o jogo terminou
Coisa linda
Coisa linda
Minha linda
Fica, por favor
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