O evento será realizado de 13 a 15 de agosto na Fundação Joaquim Nabuco Derby e conta com o incentivo da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, através da Prefeitura do Recife, e apoio da Fundaj

Indústria cultural, tradição versus contemporaneidade, música de Carnaval na era digital. Esses são alguns dos temas que serão debatidos no Seminário Nacional País do Carnaval, que acontece em agosto no Recife. O objetivo é debater as transformações do Carnaval no novo milênio, especialmente em Pernambuco, diante das mudanças sociais e culturais, e será aberto ao público, com medidas de acessibilidade, garantindo representatividade e diversidade de perspectivas.

Com curadoria da gestora cultural Silvana Meireles e do jornalista Renato L e a produção executiva de Janaína Guedes, o projeto tem o incentivo da Lei Paulo Gustavo, por meio do Ministério da Cultura e da Prefeitura da Cidade do Recife e conta com o apoio da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Durante três dias serão realizadas seis mesas temáticas na Sala Aloísio Magalhães (Fundaj Derby), com convidados de várias partes do país. A audiência estimada é de 120 pessoas que, para participar, precisam se inscrever, no site do evento, gratuitamente. Além disso, e para ampliar o alcance do seminário, todo o conteúdo será gravado e disponibilizado online.

“É comum ouvirmos que o ano só começa depois do Carnaval. Provavelmente essa festa seja um dos acontecimentos culturais mais populares do país”, diz Silvana Meireles. “Em cidades como Salvador, Recife, Olinda e Rio de Janeiro, o Carnaval extrapola o calendário oficial. E em outras, onde esse ciclo cultural não possuía tanta força, como Belo Horizonte e São Paulo, assistimos um crescimento significativo nos últimos anos. Com o seminário, pretendemos discutir as diferentes dinâmicas da tradicional festa nesses lugares, os desafios de organizá-la e geri-la e suas implicações sociais e econômicas”, completa a curadora.

Para Renato L, “os debates podem oferecer subsídios importantes para repensarmos o Carnaval de Pernambuco, contribuindo para a discussão de temas como o da participação da cultura popular e o da preservação dos patrimônios material e imaterial. Além disso, o seminário acontece em meio às profundas transformações na maneira de produzir, distribuir e consumir produtos culturais, e queremos refletir sobre seus impactos no País do Carnaval neste novo milênio”.

O projeto “País do Carnaval” foi criado para tornar acessíveis ao público as reflexões acadêmicas sobre o Carnaval, contribuir para a formulação de políticas públicas, discutir disparidades estruturais e de financiamento, explorar a presença da cultura popular, analisar formas de comercialização e inserção da música na era digital, além de identificar desafios e potenciais na economia do Carnaval.

DEBATES

Os curadores do seminário elencaram temas que vão mobilizar muitos estudiosos, gestores,   trabalhadores da cultura envolvidos e curiosos. A primeira mesa do evento, por exemplo, vai debater as várias facetas do Carnaval, desde a festa feita pela comunidade até a indústria cultural que a cerca. Terá como convidados o economista e reitor da Universidade Federal da Bahia Paulo Cesar Miguez de Oliveira e a pesquisadora da Fundaj Rita de Cássia Araújo, ambos com estudos sobre a  tradicional festa.

Para falar sobre Tradição x Contemporaneidade nos carnavais de Salvador e Rio de Janeiro foram convidados o presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, e a presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua do Rio de Janeiro, Rita Fernandes.

No segundo dia de seminário Olinda e Ouro Preto serão dois casos debatidos na mesa sobre Carnavais em Cidades Históricas. Como palestrantes virão ex-secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto (MG), Chiquinho de Assis, e a  ex-secretária de Cultura de Olinda, Márcia Souto. 

Na segunda mesa do dia, O Carnaval do Recife no novo milênio será tema da conversa precedida de palestras do idealizador do Carnaval Multicultural e ex-secretário de Cultura do Recife, Roberto Peixe, e do mestre em Antropologia Rafael Moura de Andrade.

No terceiro e último dia de evento acontecem as mesas Eu quero é botar meu bloco na rua: casos São Paulo e Belo Horizonte e Carnaval e música na era digital. A primeira terá como convidados o professor Guilherme Varella, da UFBA, um dos idealizadores do recente carnaval de rua da cidade de São Paulo, e o pesquisador mineiro Bernardo Mata-Machado. Os dois são autores de obras sobre políticas públicas culturais, o primeiro sobre a experiência paulistana, e estarão lançando seus livros logo depois do debate. Para finalizar o evento, a última mesa contará o pernambucano Siba e o baiano Russo Passapusso, num debate  instigante sobre a música na era digital.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 13/8

16h

MESA 1 Carnaval, da festa da comunidade à indústria cultural 

Mediação: Silvana Meireles 

Palestrantes: 

Paulo Cesar Miguez de Oliveira, economista e professor, mestre em Administração e doutor em Comunicação e Culturas Contemporâneas, ex-secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, atual reitor da Universidade Federal da Bahia.

Rita de Cássia Araújo, pesquisadora da Fundaj (PE, mestra em Antropologia, doutora em História Social.

19h 

MESA 2 Tradição e contemporaneidade nos carnavais de Salvador e Rio de Janeiro          

Mediação: Renato L

Palestrantes: 

Zulu Araújo, arquiteto, mestre em Cultura e Sociedade, doutorando em Relações Internacionais/UFBA, foi diretor e presidente da Fundação Cultural Palmares. Atualmente é diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Rita Fernandes,Jornalista e economista, especialista  em Marketing, mestra em Gestão de Bens Culturais, atual Presidente da Sebastiana, associação de blocos de rua do Rio de Janeiro(RJ). É colunista da Veja Rio e consultora de carnaval da GloboNews.

Dia 14/8

16h 

MESA 1 Carnavais em cidades históricas: os casos Olinda e Ouro Preto

Mediação: Renato L

Palestrantes:

Chiquinho de Assis, pesquisador, produtor cultural, mestre em Musicologia Histórica, ex-secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto (MG), atuou na Fundação da Associação do Carnaval das Cidades Históricas. 

Márcia Souto, gestora cultural, ex-diretora geral de Promoção da Economia Criativa da ADEPE, ex-presidente da Fundarpe, ex-secretária de Cultura de Olinda (PE).

19h 

MESA 2 O Carnaval do Recife no novo milênio

Mediação: Silvana Meireles

Palestrantes:

Roberto Peixe, designer, ex-secretário de Cultura do Recife, ex-secretário nacional de Articulação Institucional do Ministério da Cultura e idealizador do Carnaval Multicultural.

Rafael Moura de Andrade, mestre em Antropologia, autor da dissertação A política multicultural no carnaval do Recife: democratização, diversidade e descentralização (PE).

DIA 15/8

16h 

MESA 1 Eu quero é botar meu bloco na rua: casos São Paulo e Belo Horizonte

Mediação: Silvana Meireles

Palestrantes: 

Guilherme Varella, professor da UFBA, mestre e doutor em direito, foi secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura e assessor técnico e chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. É autor do livro Direito à folia: o direito ao Carnaval e a política pública do Carnaval de rua na cidade de São Paulo.

Bernardo Mata-Machado, historiador, cientista político, ator e diretor de teatro, mestre em ciência política, foi pesquisador da Fundação João Pinheiro (BH), secretário adjunto de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, secretário adjunto de Cultura do Estado de Minas Gerais, coordenador geral, diretor e secretário nacional substituto da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura-MinC. Autor do livro Política Cultural: fundamentos.

18h – Lançamento de livros como sessão de autógrafos

  • Direito à folia: o direito ao Carnaval e a política pública do Carnaval de rua na cidade de São Paulo – Guilherme Varella.

  • Política Cultural: fundamentos – Bernardo Mata-Machado

19h 

MESA 2 

Carnaval e música na era digital

Mediação: Renato L

Palestrantes: 

Siba, músico e um dos principais mestres da nova geração do maracatu e dos cirandeiros. Como membro da banda Mestre Ambrósio, desenvolveu um estilo musical inovador e singular. Líder do grupo Fuloresta junto a músicos tradicionais de Nazaré da Mata, Zona da Mata Norte de Pernambuco. De 2012 pra cá vem gravando discos solo e sendo aclamado pela crítica pelos seus lançamentos.

Russo Passapusso, pesquisador, escritor, cantor e compositor na cena musical contemporânea brasileira; comanda multidões com o BaianaSystem – uma das maiores bandas brasileiras da atualidade. Fundador do coletivo SoundSystem Ministéreo Público.

Para mais informações e inscrições, visite @paisdocarnaval2024