Entidade é referência na integração e assistência às comunidades de matriz africana de Jaboatão dos Guararapes
O SECULT-PE de ANDADA segue seu percurso nesta quinta-feira (18), visitando a partir das 14h, o Terreiro Ẹgbẹ́ Ọmọ L’Omi, no município de Jaboatão dos Guararapes. A sétima edição do programa de escutas da Secretaria de Cultura de Pernambuco promove o encontro do secretário estadual de Cultura, Silvério Pessoa, e membros da Secult-PE com brincantes populares e lideranças religiosas de matriz africana das comunidades ligadas ao terreiro.
Na área da cultura, o Ẹgbẹ́ Ọmọ L’Omi fomenta manifestações por meio do Espaço Cultural das Marias e do Grupo Percussivo Abre Caminho, que transita entre ritmos afrocentrados construídos pela juventude negra e orientados pela espiritualidade da Égbe. Outras expressões realizadas cotidianamente pelo terreiro são o Bloco Tic Tac, Sarau do Tic Tac, Cultura de Favela, Ato contra o Racismo Religioso, Feira Aláfia, produção de audiovisual Ouro de Oxum, Sem Folha Não Tem Orixá e O Meu Jeitinho.
A programação do SECULT-PE de ANDADA consta da apresentação da entidade e suas lideranças, seguida da fala do secretário e das escutas sobre possíveis intervenções coletivas, de cunho formativo ou não.
Localizado no bairro do Zumbi do Pacheco, em Jaboatão dos Guararapes, o Ẹgbẹ́ Ọmọ L’Omi é um terreiro de matriz africana e associação das Coletivas Periféricas e Espaço Cultural das Marias, fundado em 2019, que desenvolve atividades socioculturais no território onde está localizada, congregando ainda as comunidades de UR-6 e UR-11 (Ibura) e Três Carneiros Baixo.
Além do trabalho cultural, a comunidade filhe de Ósùn faz uso do culto de Candomblé (Orísá) e Jurema (entidades encantadas) como tecnologia de enfrentamento ao racismo, LGBTQIA+fobia e misoginia, além de utilizar a ancestralidade como fortalecimento da comunidade.
O Ẹgbẹ́ Ọmọ L’Omi desenvolve ainda atividades de incidência política social como o Cine Rua Escura, mostra de produção independente e negra com debates temáticos educacionais; o Mapeando Ancestralidades na Periferia, levantamento de dados para construção de políticas públicas aos povos tradicionais; a Feira do Troca, grupo de estudos com a perspectiva decolonial com trocas de saberes e conhecimento, debates e fomento da transição entre o espaço acadêmico e o popular.
Durante o período das chuvas, o terreiro também atua na linha de frente com suporte às famílias afetadas por quedas de barreiras e alagamentos. Outras ações compreendem ato culturais contra o racismo religioso; Dia das Criança com brincadeiras, brinquedos, prêmios e distribuição de sacolinhas de doces; doações de cestas básicas; e mutirão de saúde para facilitar o acesso às vacinas e outros tipos de exames de frequência em parceria com Ambulatório LGBTQIA+ de Jaboatão.