Procura por plantas e jardinagem se tornou mais relevante nos últimos meses e assume o protagonismo no dia a dia contemporâneo
Números da ferramenta Google Trends apontam que a procura pelo termo “plantas para ambientes internos” apresentou aumento de mais de 100% na plataforma, de março a setembro de 2020. Não por acaso, esse é considerado o pico da pandemia do novo coronavírus, quando as pessoas precisaram se isolar. O momento determinou uma nova dinâmica social com o home office e uso de máscaras, mas também trouxe a reflexão sobre a revisão de prioridades e valores. A nova realidade despertou a necessidade do contato com elementos da natureza e espaços ao ar livre, agora, cada vez mais valorizados.
De acordo com a paisagista Yara Hasegawa, os lares assumiram um novo papel para as pessoas. “Nós já temos mais de um ano em pandemia, então os lares passaram a ser o centro de tudo. É o ambiente de entretenimento, de socialização, de exercícios físicos, cuidados especiais e pessoais, espaço de trabalho, então acaba recebendo uma atenção diferenciada. Trazer a natureza para dentro de casa nesse contexto é fundamental para melhorar a qualidade desse espaço”, afirma.
Ela participa dos projetos de implantação das áreas verdes no Plateau D’Or, que está em fase de construção na região Leste de Goiânia e terá mais de 500 mil m² de área verdes, e lembra que as famílias que tem a oportunidade de viverem em casas podem investir na montagem de seu próprio jardim, horta ou pomar nas áreas privativas.
“A montagem de pequenos jardins, de jardins maiores ou de espaços pontuais de vegetação está sendo muito procurada durante o período da pandemia. Além de reduzir o estresse e a ansiedade, esse colorido das plantas e flores, dá um charme muito especial nos espaços”, diz Yara.
Dicas de montagem
Nesse contexto, em que os benefícios do convívio com espaços verdes tem se tornado ainda mais fundamental para o bem-estar, os jardins surgem como uma alternativa para quem deseja acrescentar componentes naturais à residência. Com formatos horizontais, verticais, pequenos, grandes, quase sempre é possível agregar plantas aos ambientes.
“É importante que a pessoa esteja ciente que, independentemente do tamanho, o jardim demanda uma atenção. É preciso avaliar a incidência solar nos ambientes para a escolha das plantas e elas requerem cuidados”, orienta Yara, para quem quer montar um jardim em casa. Ainda segundo ela, é interessante que as pessoas busquem por referências que representem os seus gostos pessoais, além do reconhecimento do lugar escolhido para tal finalidade.
Em locais pequenos, Yara conta que as pessoas têm procurado montar os canteiros na vertical, por meio de vasos presos em paredes ou treliças de madeira, para que ocupe menos espaço e fique em harmonia com todo o ambiente.
Para áreas internas com sombra/meia sombra ela indica algumas espécies de palmeiras que também contam com o benefício de baixa manutenção: “Além da Raphia, temos a Camedória, a Licuala e a Fênix”, destaca. Já para quem tem um pouco mais de espaço, ela indica as espécies arbustivas, como Pacová, Zamioculca, Lírio-da-Paz, Antúrio, Catléias e Marantas , Bambu-da-Sorte, algumas espécies de Bromélias, Samambaias, Espada-de São-Jorge, Lança-de-São-Jorge, Vinca e Tinhorão.
A especialista reforça que a tendência chegou para ficar. “Mesmo depois da pandemia, com o retorno das atividades normais, o lar vai continuar sendo o centro das atenções. Muita gente percebeu o quanto é importante viver em um lugar mais agradável, que é mais produtivo se as pessoas conseguirem ter mais qualidade de vida no ambiente residencial”, completa.
É sabido que quanto mais verde, mais saudável é considerado o ambiente, já que isso melhora significativamente a qualidade do ar e proporciona sensações de refresco, conforto, além de sombras e proteção. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado, no mínimo, uma árvore (ou 12 m²) por habitante nas cidades e zonas urbanas. No entanto, o ideal, conforme o próprio órgão, é o triplo disso.