Artista sonoro e visual, Santos propõe uma nova jornada em seu sexto trabalho, “Delusão”. O EP estreia com clipes para todas as faixas, fazendo um convite à experimentação e uma reflexão sensorial que explora os efeitos de uma viagem à base de psicotrópicos. O compacto já está disponível no YouTube e na plataforma Bandcamp.

Ouça “Delusão”: https://santosexperiment.bandcamp.com/album/delus-o

Trilhando a linha tênue entre o real e o imaginário, o EP usa delusão como um catalisador de sensações. Santos explora beats com samples únicos para criar ambiências onde o caos é cíclico e o familiar se torna etéreo. É o caso de “Ricky and Morty”, música inspirada pela animação quase homônima que, entre um universo e outro, desemboca numa entrevista de Adriano Imperador a Pedro Bial. Ela é acompanhada de “¼”, “Prensa” e “Lança”.

A confusão e volatilidade fazem parte da narrativa de “Delusão”, que surgiu da vontade de sintetizar a experiência de Santos com substâncias psicotrópicas, como LSD, maconha e black lança.

“Eu penso sobre as ditas drogas e seus efeitos, suas histórias, a história das criminalizações, os efeitos sociais, etc, há um bom tempo. Acho que avançar para além do puro fetiche e da ojeriza, desmoralizar o debate é essencial. Eu faço aqui uma homenagem aos efeitos dessas substâncias, uma criação livre a partir desses efeitos também. Mas julgo importante pensar as drogas mais que utilizá-las, entender qual é o contexto das proibições e criminalizações, no que precisamos avançar como sociedade sobre esse debate”, reflete Santos.

“Delusão” integra uma trilogia de álbuns que o projeto lançará ainda em 2019 – o primeiro, “Vivência”, foi um EP split com Neiva, já disponível para audição. Personificado pelo multi-instrumentista carioca Lucas Santos, o trabalho entrará em hiato, buscando encerrar um ciclo e iniciar novas ideias e desafios.

Ouça “Vivência”: http://smarturl.it/VivenciaEP

Descrita como “música acidental”, a sonoridade de Santos é envolta por texturas orgânicas e digitais, pela experimentação de diferentes ritmos e timbres. E sempre é marcada pela evolução, estudo e busca por novas formas de se expressar. Tratando seu som como um afro-grunge, as canções de Santos fazem o encontro do noise com o funk, passeando também pelo folk, shoegaze e pela psicodelia. Seu primeiro trabalho foi o álbum “Suor” (2016), com oito faixas compostas, gravadas e mixadas por ele mesmo. Em 2017, Santos lançou três EPs onde registrou versões feitas ao vivo para músicas, em sua maioria, inéditas.

Em 2018, o artista lançou seu segundo álbum, “Afeto”, um compilado de composições feitas entre os seis anos que o antecedem, e passeiam sonoramente por uma miscelânea de gêneros e formas de gravação em uma longa jornada sentimental.

O terceiro e último álbum da trilogia Santos será lançado em julho.

Ficha técnica:

Arranjos, mixagem e masterização: Santos

Arte de capa: Amauri