Responsável por 15% da área vitivinícola de Portugal, é uma das mais importantes do mercado do país

A Região dos Vinhos Verdes é uma das mais importantes do mercado de Portugal. Por ter diferenças climáticas significativas e solos graníticos em sua maior parte, é bem diversa e produz vinhos de muitos estilos e possibilidades, capazes de agradar aos mais diferentes – e exigentes – gostos. 

O conjunto de montanhas e vales cortados por rios também é responsável por tamanha variedade de uvas típicas, entre as quais se destacam as brancas alvarinho, loureiro, arinto (também conhecida no local como pedernã), azal, trajadura e avesso; e as tintas vinhão e alvarelhão. 

Responsável por 15% da área vitivinícola de Portugal, a região foi demarcada em 1908 e se estende por todo o noroeste do país, na zona conhecida como Entre-Douro-e-Minho. Esta terra fértil é coberta por uma exuberante manta de vegetação, montanhas e vales até avançar o mar. 

A versatilidade é outro ponto importante. Aos brancos de perfil jovem e fresco, se juntam mais vinhos de caráter intenso e estruturado, também tintos de perfis que vão dos mais abertos em cor, leves e delicados, aos mais escuros, impenetráveis, estruturados, mas igualmente escorados por uma acidez firme que agrega um inconfundível frescor aos vinhos. 

A região dos Vinhos Verdes também é berço de espumantes de alta qualidade, cujo perfil se assemelha ao dos vinhos tranquilos: muito frescor e uma interessante complexidade na boca.

Os rótulos são certificados pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), organismo que tem por objetivo representar os interesses das profissões envolvidas na produção e comércio da Denominação de Origem (DO) «Vinho Verde» e da Indicação Geográfica (IG) «Minho» e a defesa do património regional e nacional.

Sub-regiões

Cada particularidade pode ser percebida nas características de cada uma das nove sub-regiões que compõem a Denominação de Origem dos Vinhos Verdes: Monção e Melgaço, Lima, Cávado, Ave, Basto, Sousa, Baião, Paiva e Amarante. A soma de todos estes fatores faz com que possamos encontrar entre os rótulos da região desde Vinhos Verdes de estilo clássico, jovens, leves e com baixo teor alcoólico, a outros sofisticados, com aromas e sabores complexos, intensos e minerais, austeros e com grande potencial de guarda. 

Na parte norte da Região dos Vinhos Verdes, na fronteira com a Espanha, está Monção e Melgaço, cuja especialidade é a produção de Alvarinhos de excelente padrão. A pluviosidade é mais reduzida e no verão as temperaturas são significativamente mais elevadas do que no resto da região. Neste microclima, o Alvarinho dá origem a um vinho mais encorpado, rico e complexo no nariz, fresco e com boa presença de fruta na boca, combinada com um caráter mineral típico e muito atraente. 

Ao sul de Monção e Melgaço se encontram as sub-regiões Lima, Cávado e Ave. Aqui, a principal uva é o delicioso e floral Loureiro, embora o Arinto e a Trajadura também sejam frequentemente utilizados. Os vinhos nestas sub-regiões são normalmente frescos e aromáticos, muitas vezes com um toque citrino e de flor. 

As sub-regiões montanhosas de Basto e Sousa também produzem vinhos leves a partir de várias uvas nativas. Nas sub-regiões de Amarante e Baião, a casta Avesso origina vinhos brancos secos e frescos com aromas ricos e um caráter mineral. Amarante e Paiva, esta última a sul do rio Douro, são muito reconhecidas pelos seus vinhos tintos.

Gastronomia da Região

Produtora de azeites e mel, a região dos Vinhos Verdes também se destaca pela riqueza e qualidade da gastronomia. Pratos clássicos da culinária regional, como o cabrito, rojões à minhota, arroz de cabidela, bacalhau à Braga e papas de sarrabulho são alguns dos mais famosos. Sem falar na típica Lampreia, peixe de sabor forte e inconfundível, uma das grandes iguarias da culinária mundial. 

No entanto, apesar da enorme tradição gastronômica da região, os Vinhos Verdes tem lugar em qualquer tipo de cardápio regional ou internacional, graças à versatilidade e diversidade dos rótulos do lugar. No Brasil, receitas mais leves como a tapioca ou o pão de queijo harmonizam com um estilo de Vinho Verde mais jovem e fresco. No caso dos churrascos, moquecas ou feijoada, por serem mais robustas, precisam de um estilo de Vinhos Verdes com mais estrutura, complexidade e persistência.

Tipos de Vinhos Verde

Os Vinhos Verdes brancos jovens apresentam cor citrina ou palha, aromas ricos, frutados e florais, dependendo das uvas utilizadas nos cortes. Na boca são harmoniosos, intensos e evidenciam um marcante frescor.

Os Vinhos Verdes envelhecidos exibem uma cor dourada, com aromas de fruta mais madura como o marmelo, flor de laranjeira e mel. Na boca, temos mais complexidade e estrutura, um vinho mais redondo, gordo e persistente.

Os Vinhos Verdes rosés revelam uma cor levemente rosada ou carregada, dependendo da intenção do produtor e das uvas utilizadas. No nariz, sobressaem aromas de frutas vermelhas. Na boca, o frescor é marcante.

Os Vinhos Verdes tintos apresentam cor vermelha intensa, viva, aroma vinoso, com destaque para frutas silvestres. Na boca são frescos e intensos, muito gastronômicos. Dependendo da uva usada, podem ser mais abertos na cor e delicados no nariz e na boca.

CVRVV

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes é um organismo que tem por objetivo a representação dos interesses das profissões envolvidas na produção e comércio da Denominação de Origem (DO) «Vinho Verde» e da Indicação Geográfica (IG) «Minho» e a defesa do patrimônio regional e nacional que constitui, revestindo, nesta qualidade, a forma jurídica de uma Associação Regional, Pessoa Coletiva de Direito Privado e Utilidade Pública, e durará por tempo indeterminado.  Ela está creditada pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC).