A minuta do Pacto de Amizade e Colaboração entre a cidade de Luján, província de Buenos Aires, e o Recife foi assinada na tarde desta terça-feira (15) no gabinete do prefeito João Campos

A capital pernambucana e a cidade de Luján, na Argentina, agora são cidades-irmãs. Isso quer dizer que haverá cooperação mútua em áreas importantes como turismo, cultura, comércio e desenvolvimento social. A minuta do Pacto de Amizade e Colaboração entre a cidade de Luján, província de Buenos Aires e o Recife foi assinada, na tarde desta terça-feira (15), pelo prefeito João Campos, a vice-prefeita Isabella de Roldão e a cônsul da Argentina, Julieta Grande, e o padre católico, Sérgio Gómez Tey. Também participaram do protocolo, de forma online, o prefeito de Luján, Leonardo Boto, e a subsecretaria de Assuntos Nacionais da Argentina, Marina Cardelli. 

Também estiveram presentes, no gabinete do prefeito João Campos, no momento da assinatura, oito peregrinos católicos, que saíram da Argentina, com o padre Sérgio Gómez, percorrendo boa parte do caminho a pé em direção ao Recife. Eles carregaram dois andores das santas, Nossa Senhora Aparecida e da Virgem de Guadalupe. O grupo chegou a Pernambuco no último dia 10. “Hoje é um dia muito especial para a gente. Essa história não é por acaso. O Recife tem uma padroeira de direito que é Nossa Senhora do Carmo e uma padroeira afetiva que é Nossa Senhora da Conceição. A cidade tem essa força e essa ligação forte com Nossa Senhora como vocês também têm, então conseguimos sentir o que vocês sentem. Fico impressionado com a demonstração de fé de quem cruzou o Brasil inteiro com as imagens. Que nossas cidades possam seguir sendo protegidas”, comentou o prefeito.

Os fiéis estão fazendo a peregrinação revivendo a história de ‘Negro Manuel’, servo de Cabo Verde. A história refere-se ao século XVII, à origem da devoção à Virgem de Luján, padroeira da Argentina. Aos 25 anos, Negro Manuel foi vendido e levado ao Brasil para servir o capitão português Andrea Juan. No país, foi batizado na noite de Natal de 1629. De acordo com registros históricos, alguns meses depois, o capitão Juan partiu para uma missão especial: levar uma imagem da Virgem Imaculada para uma capela em Sumampa, na região de Santiago del Estero. No entanto, quando desembarcou em Buenos Aires, atrasado por outros trâmites, delegou a tarefa de completar a entrega via terra a seu servo de confiança. No segundo dia da marcha, os bois amarrados à carroça com a imagem da Virgem pararam de repente e não quiseram continuar o caminho. O ‘Negro Manuel’ não teve dúvidas: Nossa Senhora escolheu parar bem ali, em Luján, cidade da Argentina. 

A perigrinação atual teve o objetivo chegar ao Recife, de onde a virgem partiu, séculos antes, com o Negro Manuel, invertendo o trajeto original.