Recife e Campina Grande são as duas únicas candidaturas brasileiras, com chancela nacional, para integrar a Rede de Cidades Criativas da Unesco. Resultado final deve ser anunciado em outubro
Após um trabalho intenso de escuta de representantes da cena musical recifense e seus variados estilos, ritmos e vocações sonoras, que se transformou em um consistente relatório encaminhado pela prefeitura ao Ministério do Turismo e ao Itamaraty, a capital pernambucana acaba de ter a inscrição chancelada para concorrer ao título de Cidade Criativa da Unesco, na categoria Música. Recife e Campina Grande, na Paraíba, que concorre na categoria Mídia, são as duas únicas candidaturas brasileiras indicadas para integrar a Rede de Cidades Criativas da Unesco, que tem por objetivo favorecer a cooperação entre cidades de todo o mundo que consideram e praticam a criatividade como fator estratégico do desenvolvimento sustentável, nos aspectos econômico, social, cultural ou ambiental. O resultado será anunciado em outubro.
Para confirmarem o título, as cidades são submetidas a uma avaliação final da Unesco, na sede do organismo internacional, em Paris, após o crivo pela Comissão Nacional. Busca-se assegurar diversidade e representatividade de povos e expressões.
“O Recife tem na cultura uma marca identitária, sendo a música uma das suas mais fortes expressões, em criatividade, diversidade, um patrimônio que se reafirma e se renova”, afirmou o secretário municipal de cultura, Ricardo Mello. “E esse passo tão importante e significativo, que busca agora a sua efetivação junto à Unesco, não é uma ação isolada, é parte de uma atitude que busca reunir a cidade em torno de uma política cultural, a partir do diálogo com o segmento”, completou o gestor.
O título de Cidade Criativa, criado em 2004, foi concedido a apenas dez cidades brasileiras: Belém (PA), Florianópolis (SC), Paraty (RJ) e Belo Horizonte (MG), no campo da gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE), em design; João Pessoa (PB), em artesanato e artes populares; Salvador (BA), na música; e Santos (SP), no cinema.
As cidades que passam a integrar a Rede assumem o compromisso de compartilhar boas práticas, desenvolvendo parcerias para promover desenvolvimento urbano a partir das indústrias da cultura e da criatividade.