As palavras podem até serem escritas de formas parecidas, ou as pessoas podem achar que são profissões semelhantes. No entanto, psicologia e psiquiatria são áreas bem diferentes. Neuropsicóloga Leninha Wagner explica as diferenças entre elas e em quais situações se devem procurar por seus profissionais.
Você sabe a diferença entre Psicanalista, Psiquiatra, Psicoterapeuta e Psicólogo? Cada um desses profissionais tem funções específicas.
O Psicólogo é um profissional formado por uma faculdade de psicologia. A graduação tem duração de cinco anos. Ao final deste tempo, esse profissional da saúde mental estará habilitado a exercer:
A) Psicoterapia, em suas diversas modalidades.
B) Psicologia Organizacional (em empresas).
C) Aplicação de Psicotestes, como recurso de finalidades diagnósticas e de seleção de pessoal (por exemplo para obtenção de carteira de habilitação de motorista).
D) Psicologia Educacional, (nas Escolas).
E) Exercício da Psicanálise Clínica, desde que complemente a sua formação básica de Psicólogo com uma nova, exaustiva e específica formação Psicanalítica, em alguma Instituição reconhecida.
Pelo fato de não ser médico, o Psicólogo não pode prescrever nenhum tipo de medicação.
Leninha Wagner lembra que “há uma crença bastante enraizada, que o Psicólogo Psicanalista sempre será insuficiente ou limitado, pelo fato de não ser médico e, assim não conseguir acompanhar muitos aspectos do paciente e seu manejo. Em especial, aqueles que dizem respeito às causas orgânicas de transtornos mentais ou as repercussões no organismo doa conflitos psíquicos”.
O que não é verdade, afinal, ela destaca que “existem abundantes comprovações de que Psicólogos, com uma formação Psicanalítica adequada, são excelentes Analistas e que, a despeito de um ‘espírito médico’, conseguem detectar o envolvimento de fatores orgânicos, de modo a encaminhar de forma muito apropriada o seu paciente para algum médico avaliar e tratar alguma doença física, ou encaminhamento para um Psiquiatra medicar com Psicofármacos”, conta.
Já o Psiquiatra é um médico. Ele pode candidatar-se a fazer uma formação psiquiátrica em alguma instituição reconhecida, onde ele fará um curso especial que tem uma duração média de três anos. Uma vez aprovado, Leninha ressalta que ele estará em condições de exercer psicoterapias e de tratar “pacientes psiquiátricos”, que são, por exemplo, psicóticos hospitalizados, portadores de depressões graves, crises de pânico, drogaditos, etc, com medicação psicotrópica.
Leninha Wagner sinaliza também que, “caso o Psiquiatra queira tornar-se também um Psicanalista, devera ter uma completa formação em Psicanálise e sua tríade: teoria/análise pessoal/ atendimento sob supervisão e ao final o TCC”.
Assim, ela ressalta, “há na atualidade uma quantidade bastante significativa de Psiquiatras exercem uma ‘Psiquiatria Dinâmica’, mas voltada para tratar dos dinamismo dos transtornos psíquicos, enquanto um outro número expressivo deles, em escala crescente de adeptos, dedica-se prioritariamente à ‘Psiquiatria Biológica’, com o respectivo emprego da moderna psicofarmacologia e com o respaldo nos conhecimentos aportados pelas Neurociências”, completa.
Já qualquer pessoa pode se tornar um psicanalista. Tanto o Psiquiatra como um Psicólogo que desejam tornar-se Psicanalistas, deverão buscar uma sociedade psicanalista filiada a uma entidade internacional, submeter-se a uma rigorosa seleção e, na condição de “candidato”, a uma “análise didática”, com duração média de cinco anos, concomitantemente com seminários teóricos-técnicos, supervisões individuais e coletivas, apresentação de monografias, comparecimento de reuniões clínicas semanais, participações em jornadas e congresses, etc.
Para a condição de obtenção da condição de Psicanalista, Leninha Wagner conta que “no mínimo é necessário que o candidato egresso do Instituto de Psicanálise submeta a uma assembleia a apresentação de um trabalho clínico, com vistas da confocal de ‘candidato’ para a de ‘membro associado’. E se assim desejar, poderá ascender a condição de ‘membro efetivo’ se tiver aprovação de um Trabalho Psicanalítico de sua livre escolha”.
Posteriormente, ele poderá, lembra Leninha, pleitear a condição de “membro efetivo didata”, “em cujo caso está legitimado a lecionar, analisar e supervisionar outros candidatos em formação psicanalítica”, sintetiza
Um Psicanalista, ela reforça, “está habilitado à exercer a Psicanálise Clínica, com o uso do Divã para os seus ‘Analisandos’ com um maior número de sessões semanais, tendo em vista o propósito de um acesso às regiões profundas do inconsciente que determinam os nossos traços de caráter, conflitos, sintomas, inibições, angústias e transtornos de psicopatologia”.
E por último, o Psicoterapeuta. A neuropsicóloga contextualiza que esta “é uma denominação mais ‘genérica’ que designa a condição de um técnico especializado – Psicólogo, Psiquiatra, Psicanalista (ou não), exercer uma função de tratar algum paciente com alguma forma de psicoterapia fundamentada em princípios variados, conforme determinadas correntes que mereçam crédito e idoneidade”, finaliza.