Especialista dá dicas de como os pais podem cuidar dos dentes das crianças no período de transição

Cada vez mais observa-se que as crianças têm começado mais cedo a troca dos dentes decíduos, ou de leite, pelos permanentes. A cronologia da erupção, como é chamada a época em que os permanentes irrompem na cavidade bucal, sofre influência de fatores genéticos e ambientais, e varia de uma criança para outra. É importante os pais ficarem atentos a alguns detalhes na dentição das crianças durante o período de volta às aulas.

De acordo com a cirurgiã-dentista da clínica Maxidente, Dra. Cláudia Albuquerque, em média, os dentes de leite começam a cair por volta dos 6 anos e na maioria das vezes não são necessárias intervenções nesses processos.

“A troca da dentição é um processo natural, apesar disso, os pais ficam bastante ansiosos. É importante ter em mente que, muitas vezes, não são necessárias intervenções. Os dentes de leite tem uma função primordial para o desenvolvimento da mastigação e servem como guia para o crescimento dos permanentes”, aponta.

Os dentes da frente, chamados de incisivos inferiores e superiores, são os que caem primeiro. O permanente absorve a raiz do de leite, fazendo com que ele fique mole até cair e, na sequência, ocorre a erupção do permanente. Para a cirurgiã-dentista, é necessário ficar atento se o permanente não começou a erupcionar enquanto o dente de leite correspondente ainda está na boca.

 “Quando isso acontece (a erupção), o permanente tende a mudar sua direção para algum lugar que esteja livre, provocando uma alteração na posição. Ao ocorrer isso, é preciso ir ao odontopediatra para avaliação, já que, muitas vezes, é inevitável extrair o que ainda não caiu’’, explica a Dra. Cláudia.

Cuidado após a queda dos dentes de leite

Durante a troca dos dentes, a área onde estava o de leite que caiu deve ser higienizada com cuidado, água limpa, sem bochechar e, ao escovar, sem colocar força no local para não irritar. A rotina é importante para uma boa saúde bucal, com escovação de duas a três vezes ao dia, com pastas indicadas ao público infantil, que contém a quantidade ideal de flúor. Além disso, incentivar o uso do fio dental, pelo menos, uma vez ao dia, e manter hábitos alimentares saudáveis, evitando refrigerantes e outras bebidas e alimentos que provocam prejuízos, são outras orientações.

Nesse período é normal acontecer o aparente desarranjo na fisionomia, devido à dentição mista, com a presença de dentes de leite e permanentes. Essa etapa fisiológica é marcada por diversas mudanças no arco dentário com o aparecimento de algumas características oclusais transitórias, muitas vezes confundidas com má oclusão.

“Dos 7 aos 9 anos, os incisivos superiores nascem grandes numa boca ainda pequena e podem estar numa posição mais para frente e com diastemas. Além disso, os permanentes têm uma coloração mais amarelada, pois apresentam uma maior espessura de dentina, que é o tecido responsável pela coloração do dente. O contraste que é percebido entre as dentições gera uma preocupação estética aos pais, mas é considerado normal. Quando surgem os caninos permanentes e o aumento do crescimento dos ossos maxilares, faz com que os permanentes anteriores se acomodem numa posição mais favorável no arco dentário.” finaliza a Dra. Cláudia Albuquerque.