Quem passa por um processo de luto pode apresentar um conjunto de reações, sentimentos e experiências que acontece de acordo com a relação estabelecida com a perda

Enfrentar a morte de um filho, para a mulher grávida, é uma situação difícil. O momento pode afetar diretamente a saúde física e emocional de mães que vivenciaram a perda da criança. No Brasil, o nome dado ao filho que faleceu em meio a uma morte prematura, aborto espontâneo ou morte do recém-nascido, é bebê arco-íris, fazendo alusão ao fenômeno meteorológico que dura um curto momento e depois se vai. Em agosto deste ano, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1640/22, que estabelece a Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental, com o objetivo de assegurar um tratamento humanizado para pais e mães que perderam o filho.

A mulher que passa pela situação do luto materno terá de enfrentar seis etapas: a negação, o isolamento, a raiva, a barganha, a depressão, e, por fim, aceitação. Contudo, para cada pessoa, o momento acontece de forma diferente e tende a ser singular diante da perda, que pode ser real ou simbólica.  A mãe e o pai que passam por um processo de luto podem apresentar um conjunto de reações, sentimentos e experiências que acontece de acordo com a relação estabelecida com a perda.

Além das fases que são diferentes para os genitores que enfrentam o luto materno, o tempo para superar também vai de cada pessoa, explica Felipe Cazeiro, psicólogo e professor supervisor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima: “Por ser um processo único e singular, o luto não tem uma duração. Sua fase aguda dos sintomas da perda pode variar e extinguir depois de um tempo, no qual cada pessoa terá o seu, diante da sua relação com a perda. Porém, o luto fará parte por toda a vida da pessoa enlutada, visto que o luto é outra palavra para falar de amor e, se é amor, não esquecemos aquilo que amamos. Encontramos, na vida, um lugar mais saudoso, amoroso para que esse luto fique onde o amor pelo que se foi falará mais alto que a dor do que se perdeu”.

Já para quem está passando pelo momento, o professor aconselha: “O que você está sentindo é justamente porque você o ama, construiu projetos e sonhos com ele os quais, infelizmente, foram separados. Mas, é também este amor que vai lhe fortalecer para passar por esse processo”.

Por fim, e não menos importante, a família exerce o papel fundamental na vivência do processo de luto e em sua compreensão, quando ofertado acolhimento para que a pessoa enlutada possa identificar e lidar com as emoções. O apoio familiar é essencial para a mãe e o pai, bem como a existência de programas que ofereçam auxílio profissional para que eles possam se sentir amparados e compreendidos em seu processo.