Maria Tereza concilia o tratamento de crianças com o Transtorno do Espectro Autista com a startup bHave, que propõe soluções para melhorar o trabalho na área
Neste 02 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a psicóloga Maria Tereza Pedrosa vai se dividir em duas: de um lado está a profissional que há mais de oito anos dedica-se a atender crianças com o transtorno do espectro autista; do outro, a empreendedora da bHave, startup acelerada pelo Porto Digital, no Recife. A inovação é o elo entre as duas Terezas. No parque tecnológico ela encontra as condições e oportunidades para desenvolver um aplicativo cujo objetivo é digitalizar processos e impactar de forma decisiva no tratamento do autismo.
Ela é uma das idealizadoras do aplicativo bHave, desenvolvido pela startup de mesmo nome e um dos principais exemplos locais de empreendedorismo de impacto social, uma forma de aliar inovação, negócios e um propósito de bem comum. Uma startup é considerada de impacto quando desenvolve uma contribuição social para a solução de problemas que geram melhoria na qualidade de vida em áreas como o meio ambiente, mobilidade e saúde.
O aplicativo digitaliza as folhas de registro da Terapia ABA, garantindo uma série de melhorias no processo, como o ganho de 20% do tempo de trabalho. “O acompanhamento de cada criança é feito de forma individualizada, a partir de formulários que medem respostas e estímulos. Atualmente, tudo é feito à mão, no papel, e só depois essas informações são digitalizadas, num processo que também é manual. Com o bHave, a coleta de dados é digital, feita diretamente do celular, e os resultados podem ser acompanhados ao fim do atendimento, em tempo real”, explica.
Outro ganho relevante para o processo terapêutico é a integridade dos dados. “O aplicativo unifica as ferramentas utilizadas no tratamento. Pensamos num software que reúne tudo em um só lugar, sem riscos de perdas de informações. A proposta é otimizar o acompanhamento de pais, profissionais e clínicas especializadas”, comenta.
A rotina de Tereza consiste em alternar os atendimentos e o aprendizado de desbravar um novo universo profissional. “Sempre gostei muito de trabalhar em equipes, mas desenvolver uma solução inovadora, trabalhar numa startup, é desafiador. Fazer parte do Porto Digital é uma experiência muito rica, estamos imersos em um ambiente que promove contatos, apresenta novas ferramentas e nos possibilita compartilhar experiências com outros empreendedores”, explica. “Do contato com o universo de startups conheci novas áreas, como engenharia de vendas, e estou aprendendo novas habilidades”.
Reconhecimento – O potencial disruptivo da bHave já recebeu uma série de feedbacks positivos. A empresa, que é certificada pelo programa Inovativa Brasil, atualmente faz parte do programa de aceleração de startups do Porto Digital e conta com os apoios do Sebrae e do P&D do CNPq. O desenvolvimento inicial da plataforma foi garantido mediante um financiamento coletivo que mobilizou a comunidade de pais, clínicas e profissionais.
Além dessa rede de conexões que permitem à startup alavancar seus potenciais empreendedores, a solução proposta pela bHave se encaixa em quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU): Saúde e Bem Estar; Educação de Qualidade; Redução das Desigualdades; e Ação Contra a Mudança Global do Clima.
O aplicativo criado pela bHave será lançado oficialmente em agosto, em evento internacional que reunirá as principais referências em Análise Comportamental Aplicada. Até lá, a startup entra em uma campanha de Early Access, que garante vantagens para novas adesões. As novas assinaturas realizadas em abril receberão 20% de abatimento até dezembro de 2019. Já em maio, o abatimento será de 15% e assim sucessivamente até os 5% ofertados em julho, mês anterior ao lançamento oficial. No momento, a ferramenta já é utilizada em modo beta por algumas clínicas especializadas.
Serviço:
www.bhave.life