Em dezembro, o projeto, que tem três anos de fundação, apresenta um pocket show e o lançamento de duas músicas com produção de clipes
Criado em 2020 pelo empresário Mano Queiroga, falecido há um mês, o Projeto Invasão, que hoje conta com um grupo de dez voluntários, realiza, em dezembro, uma programação musical, especial, com MC’s de diversas comunidades do Recife. A programação inclui a gravação de um pockt show em celebração e homenagem ao fundador do projeto, que acontece exatamente na data em que seria o seu aniversário, dia 3 de dezembro. A ação tem o objetivo de arrecadar cestas básicas para o Natal e distribuir nas comunidades. A programação ainda conta com o lançamento de duas músicas com seus respectivos videoclipes.
O pocket show acontece nesse domingo, dia 3, a partir das 17h e conta com a participação dos seis artistas beneficiados pelo projeto, que são: Vilão da Norte, Matheus Perverso, MC Louco, WK Chefe, Marck AS, e a mais nova integrante do grupo, a MC Lau Soares. Na ocasião, também participam do evento Chinina e MC Dread. O show será transmitido pelo Instagram @projetoinvasao_oficial.
No dia 15 é a vez do lançamento da música e do clipe do MC Vilão da Norte, intitulado “Motivos pra sonhar”, que estará disponível em todas as plataformas digitais. A música fala sobre os riscos e as adversidades que as pessoas passam para realizar sonhos. “Eu falo do momento em que é importante sempre dar o próximo passo, vencer e ter força de vontade e disciplina para fazer acontecer”, diz o MC.
Finalizando a programação de dezembro, no dia 29, acontece o lançamento da música e do clipe “Favela Pede Paz II – Set Invasão”. A música aborda a violência, a morte, o luto, o renascimento, através da fé e do pedido pela paz. De acordo com a voluntária, Mariana Maciel, o projeto atua visando quebrar preconceitos, romper barreiras e causar impacto e transformação social para jovens e adolescentes das comunidades mais vulneráveis de Pernambuco, através de atividades culturais que incluem música, dança, esporte e comunicação das favelas. “Durante seus três anos de atuação, o projeto já apoiou diversas iniciativas sociais e promoveu atividades que impactaram diretamente a vida de mais de 150 famílias na Região Metropolitana do Recife”, revela.
Entre as principais iniciativas do projeto, destaque para as aulas de futebol, karatê e dança, além da distribuição de cestas básicas, campanha para os desabrigados e assistência a ex-presidiários que desejam ressocializar e recomeçar as suas vidas. A música, porém, segue tendo o protagonismo do projeto, e também atuando como selo musical, potencializando a vidas de jovens artistas talentosos, vindos das periferias e favelas de Pernambuco.
O projeto forma profissionais que seguem prontos para atuar no mercado fonográfico e criativo. “Oferecemos, junto a diversos parceiros, uma estrutura de qualidade para que os jovens possam desenvolver suas habilidades artísticas. Foram mais de 100 lançamentos digitais e videoclipes distribuídos nos canais e plataformas digitais do projeto”, explica Mariana.
Segundo a voluntária, o projeto sobrevive, sobretudo, da inquietação de quem nunca se conformou com as mazelas e com a falta de oportunidades para jovens que moram em periferias e que tem o desconforto como combustível para agir, movimentar, transformar e expandir. “O projeto é um impulsionador de sonhos e se posiciona como um vetor socioeconômico que possibilita concretizar a manutenção da vida de jovens da periferia e das favelas, a partir do acesso à arte e à cultura. A gente se reconhece como uma organização pautada na estrutura horizontalizada que visa disputar a narrativa e construir um olhar diferente daquele que concebe estereótipos negativos das pessoas que habitam os bairros de periferia. Trazemos propostas que possam colaborar com a ressignificação da projeção dessa imagem. Queremos transformar as comunidades em um local onde a juventude seja valorizada, tenha seus direitos respeitados e que seja estimulada a desenvolver seus potenciais”, acrescenta Mariana.