Apesar do Brasil contar com uma Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída desde 2010, apenas 2,1% do total de resíduos coletados são reciclados. O percentual é o mesmo há pelo menos três anos, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O trabalho dos catadores é fundamental para a coleta e transformação de materiais usados em novos produtos. A Rede de Favelas de Pernambuco (Re.Favela), criou o projeto Ecograna, que tem o objetivo de gerar renda a esses profissionais de maneira sustentável.
A Ecograna é uma plataforma de coleta de resíduos sólidos que propõe a implantação da coleta seletiva em órgãos públicos, empresas privadas e outros setores da sociedade civil. Os resíduos são destinados às cooperativas de catadores localizadas nas periferias do entorno de onde foram coletados, formando assim uma rede de apoio e faturamento.
O projeto já beneficiou 150 catadores espalhados pelos municípios de Igarassu e Recife. “Além da proteção do meio ambiente, nosso trabalho também é social. Consiste em formalizar esses trabalhadores , trazer dignidade e gerar renda diante da crise econômica que enfrentamos em virtude da pandemia” explica a gestora ambiental Risolane Oliveira.
A Ecograna fornece Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e oferece orientações jurídicas e de segurança do trabalho aos trabalhadores. “Nosso trabalho ajuda reduzindo a quantidade de resíduos enviados aos aterros sanitários, isso porque, infelizmente, metas ambiciosas como o fim dos lixões até 2014, já foram descumpridas no país. A nova meta do PNRS é reduzir para zero o número de lixões em todo o Brasil até 2024”, completa Risolane Oliveira.