O primeiro deles é a decisão de virar franqueador por uma demanda. Eduardo Santinoni, especialista em desenvolvimento, aprimoramento e formatação de franquias, explica que este motivo não pode ser a motivação.“Entrar para o mundo das franquias porque alguém se interessou em abrir uma unidade da sua marca não é o caminho. O modelo de franchising não é assim e começar desta maneira é optar pela estratégia errada”, esclarece Santinoni.
Outro erro comum é entrar para o modelo de franquias sem avaliar se existem outros canais ou formatos de expansão de negócios. “Existem diversas possibilidades de expansão para uma empresa, a franquia é uma delas. É preciso ver qual formato se adequa mais para cada tipo de negócio”, comenta o especialista.
Além disso, é abraçar a oportunidade e fazer a circular de oferta de franquia (COF) pouco detalhada e com base na internet, sem que esteja claro os direitos e deveres da franqueadora e do franqueado, bem como balanço financeiro e histórico. “Este documento é muito importante, porque é por meio dele que os empreendedores conhecerão o seu negócio, terão segurança no jurídica e serão convencidos que estão fazendo um bom investimento. Faze-lo sem um especialista é assumir um risco jurídico muito alto”, aconselha o especialista.
Outro ponto é não se programar para dar suporte eficiente para seus franqueados. O formato franquia é procurado tanto por empreendedores experientes como os que buscam o primeiro negócio. É essencial que a franqueadora contrate profissionais capacitados para orientar os novos franqueados. “É importante que haja um setor que possa sanar as dúvidas do dia a dia. O suporte vai viabilizar o repasse do know-how e manter a qualidade de todas as unidades”, completa Eduardo.
E, por fim, não contar com uma consultoria especializada. O processo de formatação é complexo e exige cuidado para definir padrões que garantirão o sucesso das unidades. “A consultoria especializada é a chave para que a empresa se consolide como uma franqueadora. Mesmo que não seja o momento ideal para que a empresa se torne franquia, é a consultoria que determinará quais aspectos devem ser melhorados para o futuro. É preciso pensar que, do mesmo jeito que um franqueado busca uma franquia como atalho para o investimento de sucesso, o franqueador também encontra esse atalho em uma consultoria, que conhece as dores das marcas ao se tornar franquia e pode ajudá-lo a passar de maneira mais rápida e eficiente pelas etapas”, completa Eduardo Santinoni.
O mercado de franchising é muito atrativo no Brasil. O último levantamento da ABF (Associação Brasileira de Franchising), o setor de franquias cresceu 8,8% em faturamento no 1º trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado. A receita fechou em R$ 43,380 bilhões, com cerca de 173.770 unidades em operação no país.
Com números expressivos, muitos empresários buscam transformar sua marca em franquia para atrair novos empreendedores e expandir o negócio por diversas regiões do país. Mas nem toda empresa está preparada para ser franqueada e alguns erros podem ser cometidos no caminho.
Eduardo Santinoni é sócio fundador da Y Consultoria, que há 10 anos, contribui para o desenvolvimento e aprimoramento de empresas e pessoas envolvidas no ecossistema de Franquias e Redes.
Administrador e contador, atuou por cinco anos na PwC (PriceWaterhouCoopers). São mais de 15 anos de experiência desenvolvendo e aprimorando empresas Franqueadoras e Franqueadas, bem como pessoas envolvidas no ecossistema. Também foi franqueado de cinco redes e já atuou como franqueador de duas.
É credenciado como instrutor de cursos da ABF e está presente nos principais eventos mundiais de Redes, Franquia e Varejo.