Projeto Viva o Mangue foi lançado nesta quinta-feira (6) com a expectativa do plantio de 150 mil mudas até o final do ano
Em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS), lançou nesta quinta-feira (6) o projeto Viva o Mangue, que prevê o plantio de mais de 150 mil mudas nesse ecossistema. O objetivo é recuperar áreas degradadas, sobretudo as localidades desmobilizadas de viveiros clandestinos de camarão. A ação aconteceu hoje de manhã às margens do Rio Capibaribe, nas proximidades da localidade do Coque, na Ilha Joana Bezerra.
Nesta primeira etapa foram plantadas duas mil mudas numa área de três hectares – anteriormente ocupada por um viveiro irregular de camarão – na Ilha Joana Bezerra. A iniciativa contará com o envolvimento das comunidades locais, usando o método do Plantio Direto, que promove o restabelecimento mais rápido facilitando a recuperação de suas características naturais. Das espécies que são encontradas no manguezal pernambucano, serão utilizadas o mangue branco (Laguncularia racemosa), mangue vermelho (Rhizophora mangle) e o mangue preto (avicennia schaueriana).
A iniciativa foi saudada pelos trabalhadores e trabalhadoras do ecossistema. Há mais de 20 anos Simone Micheline da Silva é marisqueira e enfatiza a importância do mangue para sua sobrevivência. “É importante porque sem o mangue a gente não vive, os peixes vão desovar dentro dos mangues e isso traz alimento para nós pescadores e marisqueiras”, comentou Simone Micheline da Silva.
Já o pescador e secretário da Associação de Pescadores e Aquicultores das Comunidades Tradicionais do Recife (APA), Fábio Pereira, relatou o impacto positivo que a ação de revitalização das áreas de manguezais proporciona para a comunidade pesqueira. “É uma coisa muito boa, porque estamos recuperando as áreas que estavam sendo destruídas, e agora vamos recriar ambientes saudáveis para os nossos peixes, pois estava com uma escassez muito grande. Por isso, essa parceria com o poder público é importante, porque juntos podemos levar a vida ao mangue e com isso fortalecer a economia, a natureza e as comunidades pesqueiras”, disse Fábio Pereira.
“A execução das ações de plantio de mangue em áreas degradadas irá constituir uma política pública, e com isso garantir a manutenção deste ecossistema, com a melhoria da qualidade de vida daqueles que são interdependentes deste meio. Este fato deverá não só permitir uma melhoria ambiental, mas a preservação destes manguezais e garantir alimento, proteção ou melhoria das condições para a reprodução e crescimento de muitas espécies de valor comercial. Este fato se refletirá diretamente nas comunidades tradicionais visto que estas são diretamente dependentes deste ecossistema, e que boa parte das proteínas da dieta alimentar vem dos manguezais”, comentou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Oscar Barreto.