Após antecipar os singles “Feito Ladeira” e “Me Leve”, onde ambos entregam dois lados do mesmo trabalho, Arquétipo Rafa, nome que vem ganhando destaque na cena de novos cantores e compositores pernambucanos, agora estreia seu primeiro disco solo “Pisa de Conversa”. Caloroso, profundo, bem humorado e muito brasileiro, o álbum chega nesta quinta, 21 de setembro, acompanhado por um álbum visual dirigido por Patrícia Araújo.

“Pisa de Conversa” reúne em 09 faixas autorais uma estética que mescla a riqueza de sons brasileiros com elementos da cultura popular, especialmente de Pernambuco, marcando o resgate de Rafa às suas origens. É neste trabalho que o cantor apresenta seu lado mais pop e bem humorado e convida Alessandra Leão e Marcelo Jeneci para contar essa história. 

“A jornada do disco passeia por um Brasil imenso. Nos últimos 8 anos, tive a oportunidade de conhecer mais profundamente nosso país, acompanhando diversos artistas como instrumentista e trouxe para meu trabalho um pouco do que colhi ao longo dessa caminhada”, explicou.

Gravado durante a pandemia, o disco foi criado a partir de uma imersão entre Rafa e o produtor musical Arthur Dossa, que assina o álbum (exceto “Maga” por Marcelo Jeneci), soando como uma ode à música brasileira dos anos 60/70, mas com uma pegada futurista. “Passamos muitas horas imersos nos sons que a gente admira, ouvindo muita música brasileira, isolados, mas olhando para o mundo. Essa experiência serviu quase como um período de imersão sonora e contribuiu muito para a estética do disco”, contou Rafa. 

Quem abre essa “Pisa de Conversa” é “Feito Ladeira”, primeiro single lançado, que conta com a parceria de Alessandra Leão. Ensolarada e dançante, a canção que remete às ladeiras de Olinda, é cheia de dialetos e mescla referências rítmicas do maracatu nação com o xote, com forte presença de sintetizadores e um design sonoro, que traz essa ambiência em que Rafa cresceu e viveu por tantos anos.

Logo em seguida chega “Pode Paraíso”, um samba diferente e bem humorado, onde se mistura  referências rítmicas de sambas clássicos de Cartola, com uma pegada mais pernambucana na bateria. Na sequência “Descalça”, faixa-foco deste disco, chama o ouvinte para o salão. É música para dançar e por isso traz células do axé e pagodão baiano, com os pífanos inspirados nas bandas de pífano do agreste pernambucano.

Liberdade, sem dúvidas, é um tema que não passa despercebido nesse álbum, como é o caso de “Deixa o Cabelo Crescer”, que conta com a participação de Marcelo Jeneci, que com seu timbre suave leva a música para um local de tranquilidade, embalado por um xote mesclado com o reggae jamaicano. Ainda no mesmo tema, “Júpiter Aneis” versa sobre o tempo que podemos perder com a ilusão de posse sobre outra pessoa. A música traz as percussões de Juba Carvalho, apontando o lado terrestre e dançante da canção, trazendo influências da estética latino-americana.

E assim como o dia, o disco vai anoitecendo e trazendo um tom mais intimista, “Me Leve”, segundo single lançado, traz o luto e a saudade como reflexão, embalada por uma melodia 

que funciona como uma trilha sonora. A faixa tem os arranjos de cordas criados por Mateus Alves (Tocados por Paula Bujes e Pedro Huff), e os pianos de Vitor Araújo. 

“No Silêncio” é aquela canção que tem um ambiente sonoro que remete a um sonho ou uma memória distante com elementos do ijexá. A música, que fala sobre a vontade de fugir da realidade com a pessoa que você ama, chega com forte presença de metais que foram arranjados por Mateus Alves. Depois do discurso de fuga,“Maga” chega propondo uma volta para a realidade e um olhar para o futuro. Essa música foi produzida por Marcelo Jeneci, e narra o encontro de uma mãe com a sua filha recém nascida. É sobre ter medo do futuro, mas estar pronta para a luta. Musicalmente, a canção traz muitos elementos de design de som, alinhados com o discurso.

A faixa mais noturna do disco “Ávido” é quem completa essa narrativa. Simbolicamente ela fecha esse ciclo desse disco, que começa em Olinda, passeia pelo mundo, pelos sonhos, e volta pra casa. “É uma regravação de canção composta por mim, e lançada inicialmente por minha antiga banda, Gudicarmas, em Pernambuco”, contou. Essa nova roupagem valoriza a palavra e cria um ambiente sonoro sexy e elegante, dialogando com a poesia da canção.

Para somar nesta narrativa, “Pisa de Conversa” chega acompanhado por um álbum visual dirigido por Patrícia Araújo.