Aduni Guedes é um consagrado músico pernambucano e pesquisador sobre ritmos afro-diaspóricos e ritmos tradicionais da África Ocidental
Já está disponível nas plataformas digitais o mais novo trabalho do percussionista e cantor pernambucano, Aduni Guedes. Lançado nesta sexta-feira (4), o single Obakosso é parte de seu primeiro projeto solo e conta com o selo da Oshu Records, do produtor húngaro e multi-instrumentista SzabolcsBognár.
No trabalho, Aduni apresenta em forma acústica o retrato da música de terreirocom uma sensibilidade moderna. Dessa forma, ele trabalha a realização de um dos seus maiores desejos, que era o de reconhecer e apreciar seu tambor, as energias que recebe dos instrumentos e do orixá Xangô, o deus do tambor, do trovão e da justiça.
Os tambores utilizados na música são chamados de “Ilu”, um instrumento com formato e som muito característicos, tradicionalmente utilizado no candomblé nagô pernambucano. “Essa música se resume pra mim num grande reconhecimento das minhas origens e minhas tradições culturais. Preparamos algo pensado para soar com boas energias e com amplitudes para as essências que sempre defendi”, destaca Aduni.
Para o produtor Szabolcs Bognár, a música brasileira é uma grande inspiração desde muito jovem e fortalecido ainda mais agora com esse projeto. “Há uma sensibilidade verdadeiramente única no ritmo do Brasil. Com Aduni, percebi nele uma visão muito forte para a música e eu pessoalmente só queria ter certeza de que nos manteríamos fiéis a isso e ajudá-lo a trazê-la à vida. Queríamos manter tudo macio, puro e sincero, deixar a bateria ilu conduzir o ritmo e dar o pulso, a guitarra para montar as harmonias de onda of, tudo para fazer os vocais de Aduni brilharem” ressalta.
O single Obakosso tem Aduni Guedes na percussão, vocal e arranjo, Beto Xambá na guitarra e Eduardo Camargo na guitarra elétrica. Já a mixagem é de András Koroknay e András Kálmán, no Studio Einz, e masterização por Zino MikoreyOshu, do CsillebercMastered.
Aduni Guedes
Aduni é um jovem recifense pesquisador de percussão. Seu primeiro contato com a música aconteceu aos três anos, quando iniciou curso na área. A partir disso, seguiu permanente vivenciando as tradições regionais, a exemplo do Coco de Roda, Afoxé, Maracatu, samba reggae, Frevo e Cavalo-marinho, e também, com pesquisas ampliando seu conhecimento sobre ritmos afro-cubanos e ritmos tradicionais da África Ocidental, como Senegal e Guiné Conacri.
Aduni vem de uma linhagem de artistas e amantes da música. Seu avô, Zé Lucas, foi um dos colaboradores na criação do que hoje é o maior evento de música cubana de sua cidade. Seu pai e tios formaram o primeiro grupo de samba-reggae em Recife, movimento cultural antes promovido só na Bahia, banda onde sua mãe iniciou a carreira de cantora, tornando-se uma grande voz dos movimentos culturais do estado.
Entre suas experiências, trabalhou por muitos anos com Lucas dos Prazeres. Em 2017, iniciou seu envolvimento em aulas de dança com música ao vivo, tocando e estudando com BangalyKonate, filho do grande mestre djembeFamoudouKonate, e tambor sabar griots do Senegal como MoustaphaDiene, Birima N’baye e IbrahimaSarr. Tocou com grandes nomes da música instrumental brasileira, Vitor Araújo, Grupo Höröyá, Lucas dos prazeres e EkòAfrobeat e com grandes vozes femininas da música popular brasileira (MPB) como Fabiana Cozza, Karynna Spinelli e Baby do Brasil (Novos baianos).