Com a intensificação da digitalização do varejo, em decorrência da pandemia da Covid-19, o futuro do modelo tradicional de lojas físicas tornou-se foco de muitos debates, no Brasil e no mundo. Na linha de frente dessas conversas estão os shopping centers, que reúnem uma grande quantidade de estabelecimentos.
Representantes do setor, empresários e investidores devem estar atentos às tendências, inovações e propostas do mercado. A expectativa é que os shopping centers passem por uma transformação a partir de agora.
Durante a convenção Innovating Commerce Serving Communities (ICSC), realizada em maio, na cidade de Las Vegas, foram apresentadas as tendências globais para o setor. Em junho, foi a vez do Brasil colocar a discussão em pauta durante o 17º Congresso Internacional de Shopping Centers, realizado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em São Paulo.
Mais do que uma alternativa de compra e lazer em ambientes fechados e refrigerados, os shopping centers devem proporcionar experiências de interação e convivência, como um diferencial frente ao on-line. Nesse sentido, as conversas apontam para modelos mais integrados às cidades, inclusive com as paisagens urbanas, através de projetos arquitetônicos mais abertos.
A expectativa é que haja um aumento das construções em formato de complexo multiuso. As lojas físicas servirão, cada vez mais, como apoio logístico às vendas, inclusive aquelas realizadas no ambiente digital.
A oferta de entretenimento multigeracional e de ambientes pet friendly é uma realidade que deve ser ampliada. A governança ambiental, social e corporativa será um dos pilares fundamentais do setor.
Vale a pena investir em shopping centers?
A transformação dos shopping centers deve ocorrer nos próximos anos, mas o setor nacional garante que o modelo atual vem se recuperando da queda observada durante a pandemia da Covid-19 e segue como uma alternativa atrativa aos investidores.
Durante a 17º edição do Congresso Internacional de Shopping Centers, o presidente da Abrasce, Glauco Humai, falou sobre a realidade do setor. “Estamos vivendo a recuperação em termos de vacância, inadimplência e vendas.”
A expectativa da Abrasce é de crescimento de 17,3% no segundo semestre de 2022, em comparação com igual período do ano passado. “Os shopping centers esperam contribuir para o crescimento do varejo, das cidades e da sociedade como um todo.”
Oferta de ações na B3
Na Bolsa de Valores (B3), há a oferta de fundos de investimento imobiliário (FIIs) que investem em empreendimentos prontos, incluindo shopping centers. Na lista estão fundos como Vinci Shopping Centers (VISC11), XP Malls (XPML11), Malls Brasil Plural (MALL11), HSI Malls (HSML11) e Hedge Brasil Shopping (HGBS11).
Conhecer as particularidades de cada fundo é a orientação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para os investidores realizarem uma escolha mais assertiva. No site da B3 há informações sobre as características e o desempenho de cada FII.
Ainda de acordo com a Anbima, os FIIs estão entre os investimentos mais seguros disponíveis na bolsa de valores. Esse tipo de fundo conta com uma gestão profissional e os riscos da operação estão atrelados à inadimplência, taxa de vacância e depredação do imóvel.