Busca por casas e apartamentos de luxo cresceram após a necessidade do home office em Pernambuco e no Brasil
Apesar da crise econômica vivenciada por causa da pandemia do novo coronavírus, o mercado imobiliário de médio e alto padrão vai na contramão de todos os problemas e mostra estabilidade em todo o Brasil. Em Pernambuco, o cenário não é diferente. No Recife e na Região Metropolitana, cresceram não só a venda de imóveis, mas também o número de lançamentos voltados para este setor. Uma situação considerada inesperada, mas que também vem ganhando força pela atual necessidade da prática do home office.
Empresas tiveram que paralisar suas atividades e instituir o trabalho remoto, buscando evitar a transmissão do novo coronavírus. Assim, o público consumidor do mercado de médio e alto padrão passou a buscar por moradias mais amplas, ambientes confortáveis e bem divididos, além de boa estrutura de lazer para as suas famílias.
Segundo um levantamento realizado pela Brain Inteligência Estratégica em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em 2020, 12% das 600 pessoas entrevistadas no Recife afirmaram estar em busca de um imóvel mais espaçoso. Já 10% afirmaram ter passado a buscar por imóveis após o início da pandemia e 10%, que antes procuravam apartamentos, passaram a buscar por casas. Outros 20% começaram a reconsiderar a quantidade de cômodos no momento de fechar a compra.
Com a retomada do setor de médio e alto padrão, o estudo também mostrou que Pernambuco teve um crescimento de 3.000% em lançamentos, comparando o quarto trimestre do ano passado com o mesmo período de 2019. Foram contabilizados 39 lançamentos nos últimos três meses de 2019, contra 1.310 no mesmo período de 2020. Ainda de acordo com a CBIC, o Valor Geral de Vendas (VCV) dos lançamentos também passou por um grande boom, com 2019 totalizando 48,1 milhões e em 2020 chegando a 150,2 milhões.
Segundo o engenheiro civil Jonathan Santos, da empresa pernambucana Prevcom Engenharia, houve um aumento significativo na procura por obras deste segmento. “Tivemos um crescimento de 30% na procura por construção de casas consideradas de alto padrão. Pessoas que, por causa da pandemia do novo coronavírus, nos pedem locais mais amplos, confortáveis, visando a necessidade de passarem mais tempo dentro de casa”.
No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), os contratos fechados no segmento de médio e alto padrão avançaram 10,5% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2019. Com a alta do dólar e do euro e a desvalorização do real, muitos compradores de fora do país também estão sendo atraídos para investimentos em território nacional. Além das famílias que antes investiam em viagens ou em imóveis no exterior e passaram a investir no seu próprio lar.