Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa é coordenadora do curso de Psicologia da Anhanguera e relaciona o hábito a fatores como ansiedade e depressão

De acordo com um estudo feito pela Comscore, de janeiro de 2020 até o fim de 2022, o tempo gasto pelos brasileiros nas plataformas digitais aumentou 31%, chegando a 356 bilhões de minutos. Ou seja, cada usuário passou 46 horas em redes sociais em dezembro. O levantamento mostra ainda que Brasil é o terceiro país que mais usa redes sociais no mundo, atrás apenas da Índia e da Indonésia.

A imersão excessiva nas redes pode trazer sérios riscos à saúde mental desses usuários, é o que explica a neuropsicóloga Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera. Segundo a especialista, as redes sociais fazem parte do atual contexto social e em muitas vezes são tidas como prioridade no cenário cultural, no qual a sua inserção se dá cada vez mais cedo.

“O uso de forma imprudente e excessiva tem gerado grandes impactos à saúde mental e os números são alarmantes, principalmente quando falamos do público jovem (pré-adolescentes, adolescentes e jovens adultos)”, alerta.

A neuropsicóloga explica, que as redes sociais é um tema que faz parte de uma ampla discussão na Psicologia, principalmente quando se fala sobre “Identidade”, isto é, quando o indivíduo inicia a elaboração de respostas para responder a seguinte pergunta: “Quem sou eu?”.

“A partir desse cenário, percebemos a ascendência do número de casos e compartilhamentos sobre a intensa cobrança diante dos padrões perfeitos de autoimagem, autoexpressão, contexto social e profissional, assim como comportamentos. Esses fatores estão amplamente associados aos elevados níveis de ansiedade, depressão, entre outras patologias”, alerta.

Quanto aos cuidados que os pais devem ter sobre o uso das redes sociais por parte dos filhos, Anna Rúbia afirma que a justificativa está devido ao fato de que criança é exposta a uma gama de informações de forma desenfreada e muitas vezes não compatível com a sua idade, o que pode impactar na sua autoestima, além de possíveis riscos de exposição, por exemplo.

“A Sociedade Brasileira de Pediatra recomenda que não haja exposição a telas para crianças menores de dois anos. Além disso, a criança na primeira fase da infância está em um período de grande neuroplasticidade, em que a quantidade e qualidade do estímulo são fundamentais para o desenvolvimento das suas funções cognitivas. Os pais precisam estar alertas, pois esse contexto é prejudicial partir do momento em que o uso vira uma prioridade e um excesso. Agir de forma preventiva é muito mais eficaz do que o manejo e a correção de uma questão e/ou problema já instaurada”, enfatiza a neuropsicóloga.

Como forma de exemplificar essas ações prejudiciais, Anna Rúbia aponta fatores como “privação do contato físico com as pessoas (o indivíduo ou criança não sai com amigos, evita momentos em família), não realiza atividades que antes realizava, dificuldade para começar e/ou finalizar uma atividade, e uso indevido das redes social, dirigindo, por exemplo, no caso de adultos”.

Por fim, Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa dá 10 dicas para o uso saudável das redes sociais e internet como um todo. Confira:

  • Estabeleça um tempo de acesso (horários de uso);
  • Desative as notificações e/ou lembretes;
  • No próprio celular consta uma ferramenta de controle do período do uso diário. Importante acessar;
  • Durante atividades importantes que exigem maior concentração, manter o celular no modo foco, apenas para notificações relevantes;
  • Não compartilhar dados confidenciais e/ou de trabalhos. Importante ter cuidado com o fundo das fotos;
  • Não mencione endereço, telefone seu e de pessoas próximas;
  • Se conheça! Fique atento aos sinais de alertas emitidos pelo seu corpo e pelas pessoas próximas a você;
  • Busque por aplicativos, grupos sociais, que tenham conteúdo do seu interesse e que ampliem seu repertório de conhecimento;
  • Fique atento a procedência das notícias que circulem nas redes sociais. Não compartilhe fake news!
  • Lugar de criança não é nas redes sociais. Monitore seus filhos!

Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa: Psicóloga Clínica, Neuropsicóloga, Consultoria de Recursos Humanos. Profissional com mais de 10 anos de experiência com Psicologia Clínica atuando com Atendimento Psicológico, Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica. Atuação na área organizacional com Gente e Cultura, Recursos Humanos, e sólida vivência em estratégias de R&S, T&D, Gestão de orçamento, propostas de mudança de estrutura, implantação de avaliações de desempenho e de feedbacks organizacionais para os gestores e suas equipes. Experiência na área de HRBP e Desenvolvimento Organizacional. Docente do Ensino Superior com experiência na coordenação dos cursos de Psicologia e Educação Física na Faculdade Anhanguera.

Sobre a Anhanguera

Fundada em 1994, a Anhanguera faz parte da vida de milhares de alunos, oferecendo educação de qualidade e conteúdo compatível com as necessidades do mercado de trabalho, em seus cursos de graduação, pós-graduação e extensão, presenciais ou a distância. Em 2023, passou a ser a principal marca de ensino superior da Cogna Educação, com o processo de unificação das instituições, visando o conceito lifelong learning, no qual proporciona acesso à educação em todas as fases da jornada do aluno.

A instituição ampliou seu portfólio, disponibilizando novas opções para cursos Livres; preparatórios, com destaque para o Intensivo OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); profissionalizantes, nas mais diversas áreas de atuação; EJA (Educação de Jovens e Adultos) e técnicos.

Com grande penetração no Brasil, a Anhanguera está presente em todas as regiões com 112 unidades próprias e 1.398 polos em todo o país. A instituição presta inúmeros serviços à população por meio das Clínicas-Escola, na área de Saúde e Núcleos de Práticas Jurídicas, locais em que os acadêmicos desenvolvem os estudos práticos. Focada na excelência da integração entre ensino, pesquisa e extensão, a Anhanguera tem em seu DNA a preocupação em compartilhar o conhecimento com a sociedade também por meio de projetos e ações sociais.

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