Projeto Hora do Frevo promove show gratuito que mistura a tradição do Forró com o Frevo e outros ritmos locais e internacionais, às 12h
O período junino transforma Pernambuco de ponta a ponta. Enraizadas na cultura do estado, as matrizes do Forró mobilizam memórias afetivas e constroem novas histórias, em um diálogo constante entre tradição e contemporaneidade. Nessa mistura não há purismos: todo mundo é bem-vindo e contribui para engrandecer os festejos. E nesse balanço, Forró e Frevo se encontram muitas vezes, em um intercâmbio que engrandece a nossa cultura. O Paço do Frevo tem aberto espaço para celebrar esse encontro e, nesta sexta-feira (17), ao meio-dia, recebe o show de Alexandre Rodrigues & Pife Urbano, com entrada gratuita
Fundada pelo pifeiro, clarinetista, saxofonista e flautista Alexandre Rodrigues e formado por Angelo Lima (pifano), Sérgio Soares (bateria), Rafael Meira (guitarra), Pedro Castilho (tub) e Junior Teles (percussão), o grupo instrumental nasceu do desejo de unir a sonoridade do pífano com vários elementos da cultura pernambucana e até de outros países, como o Frevo, Baião, Caboclinho e o Jazz. O coletivo, que já se apresentou no Paço do Frevo em 2018, lançou seu primeiro álbum, intitulado “Pife Urbano”, em 2020. O trabalho conta com participações de Antônio Marinho, Gilú Amaral, Cláudio Rabeca, Andrea Ernst Dias, Nailor Proveta e César Michiles.
Inclusive, pouca gente sabe, mas mestres do Forró como Luiz Gonzaga e Dominguinhos já criaram músicas de Frevo pensadas a partir da sanfona. O intercâmbio entre esses dois universos, inclusive, é mais comum do que se imagina e reflete a pluralidade dessas manifestações que marcam a identidade do povo pernambucano. No início de junho, o Paço promoveu um encontro do Observatório do Frevo para discutir a temática – e pretende continuar aprofundando os debates, tamanha sua importância e fonte inesgotável de produção de cultura e conhecimento.
Frevo e Forró, Patrimônios Imateriais Culturais do Brasil reconhecidos pelo Iphan, têm, cada um, características marcantes e movimentam afetos e memórias em nível nacional, com especial presença no Nordeste. Como ressalta Luiz Santos, coordenador de Conteúdo do Paço do Frevo, as matrizes do Forró, como o Baião, Xote, Forró de Rabeca, as quadrilhas juninas, o Bacamarte, a Ciranda, entre outros, ajudam, assim como o Frevo, a entender a sensibilidade que forma a cultura pernambucana.
“Manifestações culturais como Forró e o Frevo fazem parte da nossa identidade e ajudam a construir nossas relações sociais, a forma como nos relacionamos com o mundo. Estamos propondo uma celebração que a gente faz também de dois patrimônios e a valorização do diálogo que já existe entre eles. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Mestre Camarão, Sivuca e muitos outros mestres do Forró fizeram frevos pensados para a sanfona, que não é um instrumento típico do Frevo, mas que vem ganhando espaço dentro da leitura de alguns artistas”, explica.
PROTAGONISMO FEMININO – No sábado (18), às 14h, o Paço promove a mesa de debate “Pontilhando Experiências – Mulheres, Cultura Popular e Trabalho”. A atividade gratuita coloca em pauta a participação das mulheres na história, na manutenção e na prática dos Patrimônios Imateriais. Contrariando a narrativa oficial, que é pautada pelo machismo, essas artistas, pensadoras e fazedoras de cultura imprimem suas marcas e são essenciais para esses movimentos. Por isso, nesta conversa, o objetivo é lançar luz sobre essas contribuições e celebrar o compartilhamento dessas trajetórias como forma de reformular as formas como aborda-se o tema, a fim de contribuir novas possibilidades de historiografar o assunto.
Participam do encontro Naara Santos, produtora cultural do Paço do Frevo; Marília Rameh, fundadora e diretora da Cia ArteFolia; Terezinha Accioly, diretora da Associação de Forrozeiros Pé-de-serra; e Mônica Siqueira, da Confraria de Guadalupe e integrante do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural – CEPPC.
PAÇO DO FREVO – O Paço do Frevo é reconhecido pelo IPHAN como centro de referência em ações, projetos, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais do Brasil, o Frevo. Patrimônio imaterial pela UNESCO e pelo IPHAN, o Frevo é um convite à celebração da vida, por meio da ativação de memórias, personalidades e linguagens artísticas, que no Paço do Frevo encontram seu lugar máximo de expressão, na manutenção de ações de difusão, pesquisa e formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do Frevo.
O Paço do Frevo é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife, por meio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife e da Secretaria Municipal de Cultura, e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). Por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, o papel de mantenedor do Grupo Ultra, patrocínio da RedeCard Itaú e da White Martins. Conta com o apoio do Grupo Globo, Pernambucanas e Chevrolet Serviços Financeiros, e o apoio cultural do Itaú Cultural e do Porto de Suape.
SERVIÇO
Hora do Frevo – Show de Alexandre Rodrigues & Pife Urbano
Quando: 17 de junho, às 12h
Local: Térreo do Paço do Frevo (ao lado do Aurora Café)
Gratuito
Mesa – Pontilhando Experiências: Mulheres, Trabalho e Frevo
Quando: 18 de junho, às 14h
Para participar, o interessado deve comparecer à recepção do Paço, meia hora antes do início da atividade e informar que irá participar do encontro. Sujeito à lotação
Gratuito
Paço do Frevo – Praça do Arsenal da Marinha, s/n, Bairro do Recife – Recife
Horários: Terça a sexta, 10h às 17h | Sábado e domingo, 11h às 18h
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia) – entrada gratuita às terças-feiras
Obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19.