30 anos depois de se formar em Limerick (inicialmente como The Cranberry Saw Us), The Cranberries lançam último álbum da carreira, “In The End”. Com Stephen Street, mais uma vez, assinado a produção, o registro de onze faixas traz uma trajetória notável e encerra este capítulo de forma adequada e poderosa. Ao anunciar o álbum, a banda compartilhou o primeiro single “All Over Now”, que combina melodias rock, alternativas e cativantes que soam quase pop para oferecer um som clássico e conhecido dos músicos.

The Cranberries, formado por Dolores O’Riordan, Noel Hogan, Mike Hogan e Fergal Lawler, surgiram da cena pré-Brit-pop do início dos anos 90, com a marca registrada do som indie de guitarra e o estilo vocal açucarado e de tom céltico de Dolores, descrito por Melody Maker como “a voz de um santo preso em uma harpa de vidro”. A ascensão à fama global foi nada menos que meteórica, mais conhecidos por faixas, agora clássicas, como “Linger”, “Zombie” e “Dreams”, a banda já vendeu mais de 40 milhões de álbuns em todo o mundo.

Apesar de estarem tristes pela morte inesperada de Dolores, em 15 de janeiro de 2018, ‘In The End’ não é uma despedida a ela, é uma celebração, na verdade, um poderoso testemunho da vida e do trabalho criativo de Dolores e de seus irmãos em música Noel, Mike e Fergal.

O processo de produção de “In The End” começou em maio de 2017, enquanto a banda estava em turnê. Chegado o inverno, Noel e Dolores já haviam escrito e demonstrado as onze músicas que eventualmente apareceriam no álbum. “Dolores estava tão energizada pela perspectiva de fazer esse disco e voltar para a estrada para tocar as músicas ao vivo”, lembra Noel.

Foto: Warner Music Brasil/Divulgação

Ao aceitarem a passagem trágica da cantora, Noel, Mike e Fergal ouviram as músicas e, com o apoio da família de Dolores, quiseram homenagear sua amiga íntima e colaboradora ao completar o álbum.

Falando sobre as preocupações da banda com o momento, Noel disse “sabíamos que este tinha que ser um dos, se não o melhor, álbum do Cranberries que poderíamos fazer. A preocupação era que destruiríamos o legado da banda fazendo um álbum que não estava de acordo com o padrão. Depois de termos passado por todas as demos em que Dolores e eu havíamos trabalhado e decidido que tínhamos um álbum tão forte, sabíamos que seria a coisa certa e a melhor maneira que poderíamos honrar Dolores”.

Com as músicas em vários estágios de conclusão, eles se voltaram para Stephen Street – que produziu quatro dos álbuns anteriores da banda, incluindo “Everybody Else Is It It, So Why Can’t We?” e “No Need To Argue” – e passaram quatro semanas em um estúdio de Londres, construindo os sons em torno dos vocais das demos originais. “Foi um tempo doce e amargo. A alegria de gravar novas faixas é sempre emocionante e uma das melhores partes de estar em uma banda. No final de cada dia em que tínhamos nossas partes, havia uma sensação de tristeza, sabendo que Dolores não estaria naquela noite para trabalhar na faixa desse dia”, lembra Noel.

O álbum é um forte adeus do grupo aos fãs, uma homenagem apropriada à companheira de banda e amiga e, mais importante, uma coleção de músicas poderosas que podem ocupar seu lugar de direito com os álbuns anteriores do The Cranberries.

Falando sobre o single lançado previamente e o álbum, a mãe de Dolores disse: “sinto muita falta dela, especialmente hoje, assim como toda a família. Dito isso, não consigo pensar em uma maneira mais adequada de comemorar o primeiro aniversário de sua morte e celebrar sua vida do que anunciar ao mundo o lançamento do álbum final dela com a banda. Ela estava muito animada com este novo projeto e estava realmente ansiosa pelo lançamento. Não tenho dúvidas de que ela está feliz agora e ficaria encantada com o dia de hoje”.

Foto: Warner Music Brasil/Divulgação

Confira a tracklist completa de “In The End”:

1. All Over Now
2. Lost
3. Wake Me When It’s Over
4. A Place I Know
5. Catch Me If You Can
6. Got It
7. Illusion
8. Crazy Heart
9. Summer Song
10. The Pressure
11. In The End