Foto: Arquivo Funase
Em prol de aproximar jovens da cultura afro-brasileira e da tradição pernambucana, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), em parceria com a Fundação Terra, promove oficinas de maracatu para adolescentes atendidas no CASE/CENIP Arcoverde. As atividades semanais unem música, dança e ancestralidade como ferramentas de inclusão e transformação social.
A Fundação Terra, com quase duas décadas de atuação, investe em projetos culturais voltados à comunidade, consolidando a arte como ferramenta de transformação social, capaz de fortalecer vínculos e despertar o senso de pertencimento. Em Arcoverde, essas ações favorecem processos socioeducativos e aproximam diferentes públicos da valorização da própria identidade.
Nesse contexto, nasceu o Maracatu Sinhá da Terra, em 2007, hoje uma das principais expressões culturais da Fundação Terra. A iniciativa abre espaço para que crianças, adolescentes e jovens experimentem integração social e conscientização coletiva por meio da tradição popular. Mais do que uma manifestação artística, o maracatu preserva a matriz afro-indígena, fortalece a identidade cultural e contribui para a valorização do povo negro, em um processo de resistência e combate ao racismo.
Quando entrevistada, M. C., de 18 anos, comentou: “Tive a oportunidade de participar de uma oficina de Maracatu, e está sendo, tipo, bem interessante. É uma oportunidade que, talvez, quando eu voltar para a minha cidade, eu possa continuar participando das oficinas. Tem vários instrumentos, têm timbal, caixa, ganzá, agogô e o abê. O abê é o instrumento que eu toco, e eu super me identifiquei com ele. Lá tem coreografia, dança, tem 40 alunos e a gente vai toda sexta-feira participar da oficina. Tem sido muito bom pra mim”.
Segundo Érico Bezerra, coordenador de segurança da unidade, “a oficina de Maracatu tem sido fundamental para nossas adolescentes, porque resgata a identidade cultural, fortalece o senso de pertencimento e abre espaço para que elas conheçam a história e os instrumentos dessa manifestação. É uma experiência que transforma, mostrando que a socioeducação pode acontecer também por meio da música e da cultura.”
Para as adolescentes, o aprendizado vai além da música e da dança, envolvendo respeito, trabalho em grupo, sociabilidade e concentração. A parceria entre Funase e Fundação Terra, formalizada em setembro de 2024, também possibilitou participação em cursos de informática, música e jiu-jitsu. As oficinas de maracatu consolidam-se como uma conquista, conectando as adolescentes às suas raízes, fortalecendo a identidade cultural pernambucana e ampliando sua visão de mundo de forma crítica, cidadã e inclusiva.

