O Festival Mural (Movimento Urbano de Resistência e Arte do Lambe) ocorre entre os dias 28 e 31 de agosto
Implementar e fortalecer uma rede de troca, compartilhamento e resistência artística. Esse é o princípio que norteia a realização do Festival Mural (Movimento Urbano de Resistência e Arte do Lambe), que acontece de quarta a sábado (28 a 31 de agosto), no Museu Murillo La Greca, no bairro do Parnamirim.
Além da parceria com o La Greca, o evento tem apoio do Sesc Pernambuco. As oficinas oferecidas vão funcionar como espaços horizontais de troca de saberes, facilitados por artistas de vários artistas do Brasil – que vão expor a diversidade da prática do lambe-lambe e a pluralidade de olhares sobre essa arte e a sociedade. Inscrições e busca por informações podem ser feitas estão na página do festival no Instagram (@festivalmural).
Para a artista Anne de Souza, uma das organizadoras do encontro, a realização do Mural é importante como espaço de inclusão e integração entre veteranos e novatos na área. “O lambe-lambe precisa ser mais valorizado e o Festival pode contribuir para que a cena ganhe mais vida na cidade e maior presença nos calendários de arte urbana”, reforça.
No último dia do Festival Mural será realizada, às 14h, a roda de diálogo “Pedra, Papel e Tesoura: Dispositivos de Atravessamentos em Tempos de Guerra”, tema que também norteia o conceito do evento. Também no dia 31, ocorre a organização do mural coletivo de lambe-lambe, com a inclusão de trabalhos de artistas de vários países e estados brasileiros.
“Percebo o lambe-lambe como a técnica de arte contemporânea – e urbana – mais afetuosa, receptiva e transgressora da atualidade”, diz Alberto Pereira, artista do Rio de Janeiro e colaborar convidado. “A gente materializa o que foi feito e enviado do outro lado do bairro, da cidade, do estado, da região e/ou do continente nessa nova moradia que é a parede”, exalta Pereira.
Serviço
Festival MURAL (Movimento Urbano de Resistência e Arte do Lambe)
De 28 a 31 de agosto
Museu Murillo La Greca, Rua Leonardo Bezerra Cavalcanti, 366, Parnamirim
Horário de visitação: Terça a sexta-feira, das 9h ao meio-dia e das 14 às 17h
Sábados: 15h às 18h
Agendamento de visitas pelo e-mail:[email protected]
Informações: (81) 3355.3126
Programação
28.08
14h às 17 | Oficina “A cidade que atravessamos é a mesma que nos atravessa:
olhares afetivos sobre o cenário urbano.”. Com: Filipe Gondim e Tacio Russo
(PE).
29.08
09h às 11h30: Oficina “O papel que morre é o mesmo que nasce” com Alberto
Pereira (RJ).
14h às 17h | Oficina “A cidade que atravessamos é a mesma que nos
atravessa: olhares afetivos sobre o cenário urbano.”. Com: Filipe Gondim e
Tacio Russo (PE).
14h às 17h: Oficina “Projeções e memórias para futuros possíveis: um
Laboratório de Colagem e lambe-lambe” com Mario Bros (PE). 16 anos.
30.08
9h às 11h30: Oficina “O papel que morre é o mesmo que nasce” com Alberto
Pereira (RJ).
14h às 17h | Oficina “A cidade que atravessamos é a mesma que nos
atravessa: olhares afetivos sobre o cenário urbano.”. Com: Filipe Gondim e
Tacio Russo (PE)
14h às 17h: Oficina “Projeções e memórias para futuros possíveis: Um
Laboratório de Colagem e lambe-lambe” com Mario Bros (PE).
31.08
14h | RODA DE CONVERSA: “Pedra, papel e tesoura: dispositivos de
atravessamentos em tempos de guerra”. Com: Alberto Pereira (RJ); Discórdia
(SP); Silvana (GO) e mediação de Tacio Russo (PE).
15h | Colagem de Mural coletivo.
Informações sobre as Oficinas:
Oficina 1: “O papel que morre é o mesmo que nasce” com Alberto Pereira
(RJ).
Já parou pra pensar quantas toneladas de papel já usamos e descartamos em vida?
Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe) retratam que em média cada brasileiro gera 383 kg de lixo por ano. Isso equivale a mais de 1 kg por dia de lixo. Da composição de lixo brasileiro, 25% são de papel, ou seja: Eu, Tu, Elx, Nós, Vós, Elxs produzimos quase 100 kg de lixo em papel por ano.
Como podemos reaproveitar um papel ou sobra não funcional pra criar um papel reciclado? A oficina se propõe a (re)ensinar sobre o quanto você pode produzir, se divertir, relaxar, preservar e, acima de tudo, resignificar diferentes tipos de papéis descartados por… você.
Dias 29 e 30 de agosto – 9h às 11h30
Vagas: 10 participantes
Faixa etária: a partir de 12 anos
Valor: R$ 5
Oficineiro:
Alberto Pereira é artivista, articulador, comunicador e realizador nascido no Rio de Janeiro e criado entre Niterói, Rio de Janeiro, Brasília e Angra dos Reis. Teve seu trabalho apresentado em exposições individuais, coletivas, festivais de arte digital, urbana, chamadas públicas independentes e salões de arte contemporânea em países como Argentina, Brasil, Egito, França, Itália e Líbano.
Materiais Necessários
– 6 telas de serigrafia de até 30 x 40 cm (3 com nylon e três sem nylon)
– 3 rodinhos
– panos
– 1 liquidificador
– 1 caixa organizadora (56l)
– jornais velhos
– pregadores
Oficina 2 “A cidade que atravessamos é a mesma que nos atravessa: olhares afetivos sobre o cenário urbano.”. Com: Filipe Gondim e Tacio
Russo (PE).
.”Será essa cidade que virá à pele da retina. Por ela passará seu tamanho de mundo e de suas esperanças. Lembre-se meu filho: a cidade é o rim que te acompanha.”
-A cidade é um rim!
Modificamos e somos modificados todos os dias pelos cenário urbano. A cidade é nossa experiência de mundo mais palpável – vísceras, pulmão, rim – nossa identidade.
Você já parou para olhar a cidade hoje? O que você vê quando anda pelas ruas? Para onde seu olhar mira? É partindo dessas inquietações que queremos construir um espaço de indagações sobre a cidade. A cidade, não como um território neutro, mas, como um território de disputas, de especulações, de ocupações. A cidade como uma paisagem coletiva comum.
“Colar o ouvido no asfalto, tomar o pulso da cidade” – A rua como um território afetivo
É partindo de exercícios de observação urbana que se construirá o acervo afetivo da oficina. Usando a escrita e a imagem poética para ocupação das ruas da urbe. O que temos para olhar, falar e mostrar sobre o urbano?
Dias 28, 29 e 30 de agosto, das 14h às 17h, no Museu Murillo La Greca.
Vagas: 15 participantes;
Faixa etária: a partir de 14 anos;
Valor: R$ 5
Oficineiros:
Filipe Gondim é artista visual, fotógrafo, colagista e estudante de Letras (UFRPE).
Russo é poeta, multiartista e estudante de Teatro (UFPE). Ambos são artistas urbanos e experimentam e intervêm nas ruas da cidade. Nesta oficina irão mediar e facilitar um espaço de troca, de vivência urbana e de intervenção coletiva.
Materiais Necessários:
Bloco de anotações, caneta/lápis e celular com câmera ou câmera fotográfica (não necessita ser câmera fotográfica profissional).
Oficina 3 “Projeções e memórias para futuros possíveis: Um Laboratório
de Colagem e lambe-lambe” com Mario Bros (PE).
“O clima do golpe de 2019 no Brasil, causou em muitos amigos e em mim sensações esquisitas de pânico, ansiedade, e uma iminente sensação de perigo ao andar na rua”.
É a partir do marco da polarização política nos anos de 2018 e 2019 que o artista Mário Bros trás para essa vivência um resgate do que chama das “Memórias da imagem de si mesmo”, a partir de seus estudos em colagem analógica e Lambe-lambe fazendo um recorte de dissidências que ele carrega consigo.
O laboratório de colagem e lambe-lambe “Projeções e Memórias para futuros possíveis” é uma pesquisa em andamento do resgate de ancestralidades distintas, é a tentativa de pensar um processo criativo para colagem e consecutivamente para o lambe-lambe a partir de memórias traumáticas, criando novas possibilidades e linguagens artísticas.
Dias 29 e 30 de agosto
Vagas:
Faixa etária: a partir de 16 anos
Valor: R$ 5