Especialista reforça cuidados e alerta sobre os riscos da contaminação pelo coronavírus
A obesidade está enquadrada no fator que favorece a progressão rápida da Covid-19, independente de sexo, etnia ou idade. De acordo com o cirurgião bariátrico Sérvio Fidney, chefe do serviço de Cirurgia Geral e Bariátrica do Hospital Agamenon Magalhães e cirurgião da equipe do Real Hospital Português e do Hospital jayme da Fonte, a presença de comorbidades, como hipertensão e diabetes, aumenta os riscos de desenvolvimento de forma grave da covid-19 e essas comorbidades possuem uma íntima relação com a obesidade. “O paciente portador de obesidade já é um paciente inflamado, que respira mal e possui um maior risco de tromboses. A Covid-19 é caracterizada pela elevada inflamação pulmonar que pode ser potencializada pela obesidade”, alerta o cirurgião.
Com base no relatório da Federação Mundial de Obesidade, “Covid-19 e a obesidade: O Atlas 2021”, a taxa de mortalidade causada pelo coronavírus é aproximadamente 10 vezes maior em países onde metade ou mais da população está acima do peso. “Não há dúvidas sobre o pior desfecho quando o paciente portador de Covid-19 também é portador de obesidade. Estudos europeus mostram que aproximadamente 50% dos pacientes internados por Covid-19 são obesos”, revela o cirurgião Sérvio Fidney. “Outro fator importante é a dificuldade de respiração dos obesos, devido ao aumento da pressão intra-abdominal, os movimentos respiratórios ocorrem com maior dificuldade precisando de maior esforço. A fisioterapia respiratória precisa ser mais intensa e se houver necessidade de intubação, o ventilador pulmonar precisa ser adequado para o esforço”, pontua o cirurgião.
A estimativa, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, é que sejam necessárias pelo menos 104,2 milhões de doses de vacina para imunizar o grupo prioritário no Brasil. Dentre o grupo prioritário está a obesidade com o índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 40.
Enquanto a vacina não chega, é necessário estar atento e tomar precauções para evitar o contágio. Caso ocorra a necessidade de sair de casa, é preciso estar atento aos cuidados recomendados, como o uso de máscara, evitar contato nos olhos e na boca, utilização de álcool para higienização das mãos, entre outros, que contribuirão para a não contaminação. “Por serem grupo de risco, precisam de maior atenção no uso da máscara e nas medidas de distanciamento social. É necessário reduzir a exposição ao vírus até termos a vacinação completa disponível”, alerta.