A importadora curitibana de vinhos MMV está celebrando 15 anos em um momento que o consumo de vinhos no Brasil apresenta uma nova faceta – marcada por consumidores mais exigentes e pela procura de vinhos de diferentes tipos de uvas, rótulos e países de procedência.

A empresa teve início com os amantes de vinhos Francisco Madalosso e Gustavo Martins. Em 2005, ao visitar a vinícola Cinco Sentidos, na Argentina, os dois empresários se encantaram com a qualidade de seu vinho e, ao conhecer o proprietário da vinícola, resolveram importar o produto para o Brasil.

Junto ao vinho argentino, mais alguns rótulos foram inicialmente adicionados ao portfólio da recém-criada MMVinhos (Madalosso Martins Vinhos): o La Playa, chileno, e o Caparzo, oriundo da Itália.

A ideia inicial da MMV era atender bares, restaurantes, supermercados e lojas especializadas. O grande diferencial era trazer vinhos com uma boa qualidade e a preços acessíveis, mantendo uma infraestrutura enxuta. Assim, foi montado um centro de distribuição no Tarumã, em Curitiba, e uma Delicatéssen em Chapecó, cidade onde residia Gustavo Martins à época.


Vinícola na Itália – Toscana, parceira da MMV no início de sua história

Em 2018, observando uma boa oportunidade de negócio e com um olhar para um futuro ainda mais promissor, que inclua a parceria com novas vinícolas e a incorporação de vinhos finos ao portfólio, Gustavo Martins tornou-se o único proprietário da empresa, que deixou de ser chamar MMVinhos e recebeu o nome de MMV Importadora. 

“O mercado brasileiro estava passando por mudanças profundas desde a criação da MMV, lá em 2005. Eram necessárias algumas reestruturações para que a empresa vislumbrasse uma expansão significativa em seus negócios”, explica Jonas Martins, sommelier e gerente comercial da MMV.

Uma delas foi aprimorar a parceria que a MMV tinha com a vinícola chilena Viña Alto Roble na produção do Felitche, vinho assinado pela MMV. A parceria existia desde 2012, porém apenas quatro rótulos do Felitche eram comercializados no Brasil. Todos vinhos de uvas mais “consagradas”, como a cabernet sauvignon e a merlot.

“O Felitche é um vinho chileno de ótima qualidade e preço muito acessível. Existia um mercado muito interessante para ele aqui no Brasil”, enfatiza Jonas. Além do Felitche, a MMV passou a importar da mesma vinícola o Fortunatus, um vinho superior e de maior qualidade, inclusive com uma linha Reserva.


Jonas Martins e Gustavo Martins, da MMV, na Viña Alto Roble, que produz os vinhos Felitche e Fortunatus.

Além de aumentar o seu portfólio, trazendo rótulos como o Felitche Malbec, com uma uva consagrada na Argentina, e o Felitche Rosé, seguindo a tendência de consumo do mercado, a importadorapassou a participar mais ativamente do processo de produção dos vinhos. Com visitas constantes às vinícolas, os especialistas da MMV podem escolher desde o tanque até mesmo o barril onde esses vinhos são envelhecidos, com base na análise e no feedback dos clientes também.

Outro investimento da MMV foi em vinhos orgânicos. Com os vinhos Inserrata, produzidos em uma pequena vinícola sustentável na Toscana, Itália, a importadora trouxe um vinho de qualidade superior e com uma nova perspectiva de produção.

Com o ano atípico de 2020 por conta da pandemia de Covid-19, esperava-se que o consumo e a venda de vinhos despencassem. Porém, não foi o que aconteceu. Com o isolamento social e bares e restaurantes fechados, o investimento e consumo de vinhos “melhores” aumentou. Isso fez com que a MMV investisse e agilizasse o seu e-commerce, que não existia.

“Em abril de 2020 lançamos o nosso site de vendas. Com a reclusão, as vendas foram um sucesso e tivemos os meses de maio, junho e julho com ótimas vendas”, revela Jonas Martins.

Para o próximo ano, o desafio é manter a margem de vendas e seguir no processo de expansão. Para isso, novos rótulos serão agregados ao portfólio da MMV. Um deles são os vinhos da Bodegas Krontiras, de Mendoza, na Argentina, que produz vinhos de maneira biodinâmica. Os vinhos são produzidos das formas mais sustentáveis possíveis e livres de aditivos químicos, além disso, existe interação de animais com os vinhedos e todo os dejetos produzidos na vinícola são reaproveitados em forma de adubo orgânico.

Outra medida será a participação da MMV Importadora em feiras de vinhos Brasil afora, como em São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas e Bento Gonçalves, onde ocorre a maior feira de vinhos da América do Sul, a Wines of South America. A participação nesta feira já ocorreria neste mesmo ano, mas, em virtude do cancelamento do evento por conta da pandemia, a participação ficou para o ano que vem.