Tradicional espaço cultural e histórico da ilha, o Memorial Noronhense entrou em reforma para oferecer ao público uma melhor experiência de visitação, com melhoria nas instalações estruturais e no telhado (coberta), requalificação do revestimento das paredes internas e externas, pintura e readequação na parte elétrica. Localizado na Vila dos Remédios, o local conta com três salas, que servem para preservar o acervo documental da ilha, recheados com informações históricas e iconográficas do arquipélago. A obra está orçada em R$ 355 mil, com recursos próprios da Administração. A previsão para a conclusão é de 60 dias.
Além da reforma, o memorial vai receber o nome da historiadora Marieta Borges, falecida em 2019. Marieta, que também era escritora e poetisa, foi responsável pelo resgate documental do arquipélago. É dela a autoria do livro “Fernando de Noronha, cinco séculos de história”. Na obra, a historiadora resgatou imagens e histórias curiosas da ilha, se transformando numa figura marcante, de referência na história de Noronha, tanto pelo seu vasto conhecimento, quanto pelo amor que fazia questão de exaltar. Marieta escreveu ainda sobre as lendas e mistérios da ilha e compôs o hino para homenagear Nossa Senhora dos Remédios.
O memorial faz parte de um conjunto de equipamentos culturais presentes no arquipélago, responsáveis por ajudar as pessoas a entenderem a ilha desde o descobrimento, em agosto de 1503, pelo navegador italiano Américo Vespúcio, até períodos mais recentes. A experiência, tanto para moradores quanto para turistas se torna, dessa forma, mais completa, pois eles passam a compreender a ilha e sua passagem pelo tempo através de fotos, relatos, artigos, jornais, livros e diversos outros objetos disponíveis no local.
“Dada a importância do prédio onde está instalado o Memorial Noronhense, a reforma será muito positiva, pois as pessoas que desejam saber mais sobre Fernando de Noronha vão encontrar em breve um local agradável e reestruturado. Existe um acervo riquíssimo para a consulta pública e também exposto para todos os visitantes verem no dia a dia. Nada mais justo também do que homenagear Marieta Borges, modificando o nome que existe atualmente para o dela. Marieta não só tinha carinho por Noronha, como era alguém com devoção à ilha, que amava verdadeiramente o arquipélago. Ela agora estará eternizada no local que tanto amou”, diz Giovanna Rodrigues, superintendente de Turismo de Noronha.
O Memorial, que até hoje se chama Espaço Cultural Américo Vespúcio, começou a funcionar em 1998, depois de ter servido como residência, alojamento de soldados, depósitos de mantimentos, terminal turístico, entre outros. Abriga também o circuito museográfico, com dados históricos, geográficos, lendários e institucionais de Noronha.
O local dispõe de 63 painéis e 600 imagens que ajudam a contar a história de Fernando de Noronha. São materiais que registram em fotos e documentos desde o descobrimento, sua posição geográfica na costa brasileira, os nomes com os quais a ilha já foi denominada, os dirigentes e administradores de todas as épocas, o presídio político, as ocupações e a história das fortificações, a presença americana durante as guerras mundiais, passando pelas manifestações culturais e o cotidiano da ilha.
Após a reforma, o Memorial Noronhense vai funcionar todos os dias, de domingo a domingo, como acontecia anteriormente.