Apesar de ser uma doença prevenível, o câncer de colo do útero continua acometendo 16 mil brasileiras a cada ano. Ele se desenvolve a partir do papilomavírus humano (HPV), transmitido principalmente por meio das relações sexuais. 

Sabe-se que, a cada 10 pessoas sexualmente ativas, oito delas já tiveram contato com o HPV, entretanto, apenas duas ou três vão persistir com o vírus e podem evoluir com alguma alteração. A vacina anti-HPV, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos, e meninos de 11 a 14, previne a persistência do papilomavírus e reduz o risco de desenvolver pelo menos cinco tipos diferentes de câncer (colo uterino, canal anal, cabeça e pescoço, vulva e vagina). 
 

Essa vacina combate quatro subtipos do vírus HPV, dois que estão relacionados a verrugas e dois com risco alto de desenvolvimento de câncer. “Existe muita desinformação sobre a vacina oferecida no SUS, porque acham que é um incentivo às meninas iniciarem as relações sexuais mais cedo. Ela é segura e eficiente, e sua nova versão, que deve combater nove subtipos do vírus, deve chegar ao Brasil em março, o mês de prevenção ao câncer de colo do útero, conhecido como Março Lilás”, explica Dra. Audrey Tsunoda, oncologista do Hcor.
 

De acordo com a médica, esse é um mito que precisa ser combatido, pois a mulher deve estar protegida quando decidir iniciar sua vida sexual. “Ao longo da nossa vida, temos contato com vários tipos do HPV, e sem proteção, pode ser que algum deles resulte em câncer”, afirma. 
 

Os exames preventivos de rotina têm uma importância fundamental. A partir deles, é possível detectar a persistência dos vírus ou até mesmo o desenvolvimento de alterações, tanto em mulheres que receberam a vacina ou não. Para ajudar na prevenção, alguns métodos já são utilizados, como o papanicolau, por exemplo. Alterações no resultado do exame alertam que aquela mulher deve ser acompanhada mais de perto. 
 

“Achados diferentes sugerem que é necessário realizar investigação e acompanhamento adicionais, mesmo que a maioria dessas alterações não seja grave. Algumas lesões precursoras do câncer de colo uterino ou mesmo tumores iniciais que ainda não deram sintomas também podem ser detectados. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento e menos chances de ter sequelas”, explica Dra. Audrey.

Em alguns países, o Teste de detecção do HPV no colo uterino é utilizado rotineiramente para prevenção. De acordo com a médica, o exame poderá ser usado no cotidiano das mulheres brasileiras num futuro próximo, e pode ser crucial para rastrear mulheres nas regiões menos favorecidas do país.
 

A oncologista ressalta ainda que os hábitos modernos contribuem para o desenvolvimento de câncer no colo do útero, e manter rotinas saudáveis são ótimas formas de prevenção. “Vale destacar a importância de cuidados como manter uma boa alimentação, não fumar e praticar exercícios físicos, que reduzem as chances não só do desenvolvimento de um câncer, mas de várias outras doenças”, finaliza.
 

Sobre o Hcor

O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
 

Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria. Além do escopo assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Também está à frente de um Instituto de Ensino, que capacita e atualiza milhares de profissionais anualmente e é certificado pela American Heart Association.