O Instituto Nacional de Câncer estima que o país terá 41 mil novos casos diagnosticados em 2021; tratamento precoce é decisivo

Também conhecido como câncer de intestino ou câncer de cólon e reto, o câncer colorretal é um dos mais comuns no Brasil e abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto (final do intestino) e no ânus. O Instituto Nacional de Câncer estima que o país terá 41 mil novos casos diagnosticados em 2021 e, quando se fala nessa doença, a demora no tratamento pode ser fatal. Desde o início da pandemia da Covid-19, o tratamento desse tipo de câncer diminuiu muito no Brasil devido ao medo da população de procurar serviços de saúde.

A campanha “Março Azul”, que já é deflagrada internacionalmente pela Europa e Estados Unidos, tem o objetivo de mobilizar e conscientizar a população e os profissionais de saúde da importância do rastreamento do câncer colorretal. “A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de cura da doença”, explica Eduardo Inojosa, oncologista da Multihemo Oncoclínicas.

O câncer de intestino pode não apresentar qualquer manifestação clínica, mas, se ocorrer, pode causar um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Diarreia ou constipação;
  • Sensação de que o intestino não é completamente esvaziado;
  • Presença de sangue nas fezes;
  • Dor abdominal tipo cólica, sensação de inchaço abdominal;
  • Cansaço e fadiga;
  • Perda de peso sem um motivo específico.

Fatores como o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento da população e até mesmo a pandemia do novo coronavírus podem impactar no sentido da elevação das taxas de morbidade e mortalidade pelo CCR nos próximos anos, segundo a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed). Os reflexos devem surgir até o ano de 2025.

O Câncer Não Espera

A maior arma no combate ao câncer ainda é a detecção precoce — que aumenta, e muito, as chances de cura. No entanto, diante da pandemia, estimativas das Sociedades Brasileiras de Patologia e de Cirurgia Oncológica (SBP e SBCO, respectivamente) indicam que, desde a chegada do novo vírus no País, ao menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer.

Os números são resultantes dos cancelamentos de procedimentos não urgentes, como exames, consultas e operações, além da recusa de pacientes com a doença ou sintomas em procurar um hospital ou clínica, por medo de contrair a Covid-19.

Para alertar os pacientes oncológicos e a população em geral sobre como a demora em buscar cuidados médicos adequados pode comprometer, até irreversivelmente, o sucesso na luta contra o câncer, o Instituto Oncoclínicas – iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa – em parceria com sociedades de especialidades médicas e entidades não governamentais de suporte a pacientes oncológicos, lançou a campanha “O Câncer Não Espera. Cuide-se Já”

(http://www.ocancernaoespera.com.br). Aberta à participação de empresas, entidades ligadas à área médica ou qualquer cidadão engajado na luta em favor da vida e da saúde dos brasileiros, o movimento tem por objetivo alertar a sociedade brasileira para os riscos do adiamento de diagnósticos, exames, cirurgias e tratamentos contra o câncer em função do temor relacionado ao COVID-19.

“O câncer é uma doença grave e o tempo impacta diretamente na evolução e em quais tratamentos as pessoas podem ser submetidas. Como é uma das principais causas de mortes no Brasil, é muito importante que os tratamentos prossigam e, assim, possamos salvar vidas”, explica o oncologista Eduardo Inojosa.