O rock, a bossa, o pop e carimbó se misturam em canções sobre amores e desamores no novo álbum do cantor e compositor Leo Fressato. “Louco e Divertido”, como seu nome adianta, traz um clima de ironia e bom-humor para falar de amores melodramáticos, relações decadentes e sexualidade com orgulho. O álbum está disponível em todos os principais serviços de streaming de música.
Ouça “Louco e Divertido”: https://smarturl.it/louco_e_divertido
Assista aos lyric videos (com tradução em libras): http://bit.ly/2JnU2ag
Faixa-a-Faixa abaixo
“Em meio a um caos político e ideológico, me peguei diante da questão: ‘Por que escrever sobre amor num país onde acontece tanta atrocidade, preconceito, violência, tanto desmatamento, descaso, genocídio?’. Aí me dei conta de que, se meu corpo é político, minha canção de amor também é”, conta Fressato.
Com mais de 15 anos de carreira, o cantor e compositor brasiliense de nascença e curitibano de coração é um artista prolífico, marcado por canções que tratam de amor ou de sua ausência. Transformando sentimentos íntimos em performance, Leo Fressato ganhou notoriedade nacional com o hit “Oração”, d’A Banda Mais Bonita da Cidade, e com a faixa “Coisa Linda”, uma parceria com Tiago Iorc.
Em 2013, lançou “Canções para o Inverno Passar Depressa”, com produção musical de Jérôme Gras, um álbum que trazia melodiosidade, romantismo e rancor. Esse espírito está presente no novo disco, que se utiliza de leveza para celebrar o amor (como na faixa-título), uma inaptidão ao mundo moderno (“Eu Toco Violão Porque Não Sei Apertar Botão”) e os términos (“Adeus”).
“O diferencial desse trabalho é que um disco que, apesar de tratar de amor, traz uma multiplicidade de gêneros musicais e começa a trazer alguns temas, delicadamente sobre sexualidade, com mais profundidade na discussão”, explica Fressato.
“Louco e Divertido” também se debruça sobre o papel do masculino na sociedade atual (na faixa em espanhol “Los Hombres Pueden Llorar” e em “Mágoa-Palco”) e aborda a sexualidade e o amor em tempos difíceis (como em “Menino água-viva”, “Só queria te dizer” e “Vou te levar no carimbó”).
“Mais que nunca, nosso amor estará nas ruas, fora dos armários. E vamos amar mesmo que o mundo esteja tentando sufocar. Pois nosso amor estará ao vivo e a cores por aí”, afirma ele.
Fecha o disco a faixa “Sobre Canecas e chá”, já conhecida do público, em uma versão explosiva que traz do que o artista chama de MPB progressiva para mostrar que, ao mesmo tempo que Leo Fressato é feito de flores, ele tem veias saltadas no pescoço. O disco está disponível em todas as plataformas de música digital e conta também com lyric videos em libras. A produção musical é de Jérôme Gras e Ian Fonseca.
Ficha Técnica:
Produzido por Jérôme Gras e Ian Fonseca
Arranjos por Jérôme Gras
Engenharia de áudio por Ian Fonseca
Mixado por Victor Rice no estúdio Copan e Ian Fonseca no estúdio Invern
Masterizado por Fernando Sanches no estúdio El Rocha
Assistência de captação: Vitor Pinheiro (Gramofone), Hugo Silva (Family Mob) e Iran Ribas (Veredas)
Músicos: Marc Olaf Thiessen, Charles Tixier, Denis Mariano, Henrique Meyer, Du Gomide, Thiago Ramalho, Marius Pibarot, Lenon Rodrigues, Iran Ribas, Jérôme Gras e Ian Fonseca
Coro adicional: Raissa Fayet, Amanda Pacifico, Bruna Lucchesi e Lua Karam
Tracklist:
01 Louco e Divertido (Leo Fressato)
02 Eu Toco Violão Porque Não Sei Apertar Botão (Leo Fressato)
03 Menino Água-Viva (Leo Fressato)
04 Mágoa-Palco (Leo Fressato)
05 Só Queria te Dizer (Leo Fressato)
06 Vou te Levar no Carimbó (Leo Fressato/ Luiz Bertazzo)
07 Los Hombres Pueden Llorar (Leo Fressato)
08 Teu Chá (Leo Fressato / poema de Zéfere)
09 Adeus (Leo Fressato/ Jérôme Gras/ Ian Fonseca)
10 Sobre Canecas e Chá (Leo Fressato)
Faixa-a-faixa, por Leo Fressato:
Louco e Divertido:
A música que dá nome ao álbum flerta com o pop e vem cheia de leveza. Uma brincadeira entre falar de amor e da celebração de nós mesmos. Nossas loucuras cores e belezas. Trata o amor que está desandando com menos ranço, menos choro, menos drama. Um convite para o outro vir ser canção outra vez.
Eu Toco Violão Porque Não Sei Apertar Botão:
Quase que uma canção-vinheta, devido ao clima e ao tamanho reduzido. Uma brincadeira, em tempos de tecnologia, sobre alguém que não consegue enviar uma canção por e-mail e resolve ir ao encontro da pessoas com um violão. Abre o disco pra fortalecer o clima de leveza da canção anterior. E pra arrancar um sorrisinho das pessoas.
Menino água-viva:
Continua num clima leve, mas abre a ironia. Uma das músicas mais poéticas do disco, na minha opinião. Sobre pessoas que são frágeis, porém cáusticas. Eu outras palavras, gente fofa que machuca (flor com espinho), essas coisas. Brinca de trazer informações da biologia para falar sobre as relações. Discretamente já fala sobre sexualidade, já que sou um menino e a música é para um “menino-água-viva”.
Mágoa-Palco:
Nasceu quando alguém me disse: “Sai desse teu palquinho” e eu respondi: “Não misture meu trabalho com essa merda que a gente vive”. Uma canção mais densa, sobre os fins. Sobre o desmanche, sobre os afogamentos que são os fins. Tem como Muso, o mesmo da música anterior, e por isso elas vêm seguidas, porque estão entrelaçadas, na vida real, e como dramaturgia.
Só queria te dizer:
Em meio a um caos político e ideológico no país, me peguei diante da questão: “Por que escrever sobre amor num país onde acontece tanta atrocidade, preconceito, violência, tanto desmatamento, descaso, genocídio?” Aí me dei conta de que, se meu corpo é político, minha canção de amor também é. E que mais que nunca nosso amor estará nas ruas, fora dos armários. E que vamos amar mesmo que o mundo esteja tentando sufocar. Por isso essa é uma música colorida. Pois nosso amor estará ao vivo e a cores por aí.
Vou te levar no carimbó:
Um sulista brincando de fazer música nortista. Um carimbó do amor onde não importa quem você seja, se vista, ou ame. Fala discretamente sobre gênero, fala sobre respeito ao “não” dito pelo outro, fala sobre não ser preconceituoso e viver ou deixar viver um amor gostoso (risos).
Los Hombres Pueden Llorar:
Foi um estudo para uma peça de teatro que nunca aconteceu, baseada em autores LGBT chilenos e brasileiros. Por isso, a música em espanhol, cita Renato Russo (Parece cocaína, mas é só tristeza – Se parece con la cocaína pero es solamente la tristeza). Provocação sobre a frase “Homem não chora”. Explicitamente sobre sexualidade, fala sobre o amor entre dois homens e os condenamentos sociais.
Teu chá:
Uma música sublime de amor, que flerta com as músicas do primeiro disco. Apesar de ser bem singela, traz a frase sobre sexualidade quando diz que poderemos ser pai e mãe, ou pai e pai ou mãe e mãe, frase seguida pelo poema de Zéfere, que traz uma crítica sobre a moral e como ela se contradiz nela mesma quando cerceia os amores por conta serem por alguém igual, mas que promove a ideia de alma gêmea, ou seja almas irmãs, algo muito mais imoral.
Adeus:
“Adeus” fala, obviamente, sobre os fins. Por que a letra se repete num “adeus” ad infinitum? Porque, às vezes, não há mais nada pra dizer. É preciso ir embora ou deixar que o outro vá. Sem drama e com alegria, como uma libertação. Adeus é isso. É simplesmente largar o osso e entender que dar adeus, às vezes , é a melhor coisa a fazer.
Sobre Canecas e chá:
A última música do disco, é quase um épico. Ou talvez seja um exemplo de MPB progressiva (brincadeirinha com o rock pogressivo). Cheia de climas, a canção passa por partes melancólicas e partes sublimes. Cheia de danças como o amor. A canção ficou conhecida por conta de um vídeo de hoje tem mais de 500.000 views. Como foi feita depois do primeiro disco, ela ficou fora, mas teve seu lugar garantido no segundo.