Tendência mundial, organização doméstica minimalista ganha novo propósito com ensinamentos de uma antiga tradição escandinava

Margareta Magnusson apresenta ao mundo o döstädning (dö significa “morte”, städning, “limpeza”) no best-seller internacional O que deixamos para trás, que chega às livrarias pela Intrínseca em julho. Com leveza e bom humor, a artista plástica sueca oferece valiosas orientações e reflexões com base neste conceito, que incentiva a prática do desapego de pertences antes da morte. A ideia é mostrar que a tarefa de eliminar objetos pode (e deve) ser realizada a qualquer momento da vida, independentemente da idade, porém sempre o mais cedo possível, antes que outros tenham que fazer isso por nós.

A obra é um convite à prática diária e consciente do minimalismo. Espirituosa, Margareta adiciona uma pitada de diversão a essa que, para muitos, pode ser uma tarefa dolorosa, e sua abordagem direta, porém delicada, é também um caminho para o diálogo familiar sobre o tema tão sensível da morte. Recentemente, o livro inspirou uma bem-sucedida série na Peacock, plataforma de streaming norte-americana.

“A sua nova tarefa não será cumprida mais rápido se você esperar, mas, com um pouco de prática e preparação, é bem provável que o processo decisório do descarte de itens se torne mais fácil. Pode acreditar: quanto mais tempo você passa com seus pertences, mais fácil fica decidir o que manter e o que descartar. Quanto mais se trabalha nisso, menos tempo é gasto. Você pode até descobrir um esporte bônus incrível: visitar um lixão e arremessar coisas sem valor o mais distante que puder”, aconselha a autora.

Desbravando o inventário de pertences na oficina do marido ou o da própria gaveta de “segredos”, ela sugere quais objetos podemos descartar com facilidade (roupas sem uso, presentes de que não gostamos, mais louça do que somos capazes de usar no dia a dia) e quais podem muito bem permanecer até o fim (fotos, cartas de amor, pequenos mimos recebidos de filhos e amigos). “Comece pelos itens maiores e encerre com os menores. Fotos possuem uma grande carga emocional que pode atrapalhar o trabalho, mas também são muito importantes”, ensina.

Além de promover alívio para os entes queridos que todos deixamos após partir desta vida, a prática recomendada pela autora pode oferecer benefícios imediatos, como uma sensação de liberdade, e também nos mostrar o caminho para passar a valorizar o que realmente importa – relações pessoais, experiências e memórias.

Foto: Alexander Mahmoud
MARGARETA MAGNUSSON é sueca e tem, como ela mesma diz, entre 80 e 100 anos. Artista plástica formada pela Beckman’s School of Design, já morou em várias partes do mundo e exibiu seus trabalhos em galerias de Hong Kong a Cingapura. Atualmente, a autora vive em Estocolmo. 
“Em sua cartilha sobre como fazer uma limpa em nossos pertences antes de morrer, Magnusson nos leva em um passeio emocionante e divertido pela memória.” – The New York Times
Foto: Divulgação
O QUE DEIXAMOS PARA TRÁS, de Margareta Magnusson

Tradução: Carolina Rodrigues
Páginas: 128
Livro impresso: R$ 39,90
E-BOOK: R$ 26,90