Vencedor do Prêmio Strega, monumental romance se apoia em pesquisa histórica para narrar a ascensão do fascismo e de Mussolini
“Eu sou uma força do passado.”
Pier Paolo Pasolini
 

“O romance que a Itália aguardava por décadas. Uma obra-prima.”
Roberto Saviano

Batizado com o nome de um revolucionário mexicano, Benito Mussolini foi militante socialista e comandou um jornal de oposição até se transformar no tirano que deixou marcas profundas na sociedade italiana. Sua trajetória de agitador político a expressão máxima do fascismo é narrada de maneira eletrizante em M, o filho do século, que chega às lojas pela Intrínseca. Vencedor da 73ª edição do Prêmio Strega, o mais respeitado da literatura italiana, o romance de Antonio Scurati combina uma minuciosa pesquisa histórica e recursos da narrativa ficcional para contar, pela primeira vez, a ascensão do fascismo pelos olhos de Benito Mussolini e de seus colaboradores.
 
Disputado pelas editoras, M foi a grande sensação da Feira do Livro de Frankfurt em 2018. Nele, é o próprio líder fascista que aparece como narrador: Mussolini é quem descreve a crise de identidade na Itália e a sua promessa de devolver ao país a glória do Império Romano. A trama começa em 1919, no momento em que ele ajudava a fundar o Fasci di Combattimento, organização paramilitar considerada o embrião do Partido Nacional Fascista, e termina com o discurso proferido por ele em 1925 na Câmara dos Deputados, em Roma, um dos marcos do início da sua ditadura. Usando citações diretas retiradas de fontes históricas, trechos de telegramas e recortes de jornais, Scurati constrói um elaborado panorama da época e dos personagens – incluindo amigos, amantes e inimigos – que permitiram a ascensão do Il Duce, como o ditador ficou conhecido.
 
Para além dos 75 anos da morte de Mussolini completados em abril de 2020, M, o filho do século chega às livrarias brasileiras em um momento de oportuna reflexão sobre as bases da democracia e sua fragilidade. Muitas vezes irônico, ácido e — por que não? — irreverente, Scurati brinda o leitor com uma premiada e monumental obra-prima que em diversos momentos assume ares de roteiro de filme. Mas nem por isso o autor atenua fatos ou banaliza atrocidades. Ao recuperar as complexidades de um regime autoritário cujas feridas até hoje estão abertas, Scurati evidencia como a história é definida por pessoas, em última análise, comuns, com o consentimento — ou ignorância — de outras pessoas comuns.
 
Nascido em Nápoles em 1969, ANTONIO SCURATI é professor de Literatura Contemporânea na Universidade de Comunicação e Línguas (IULM) de Milão. É colunista do La Stampa e autor de vários ensaios. Estreou em 2002 com Il rumore sordo della battaglia, que ganhou os prêmios Kihlgren, Fregene e Chianciano. Em 2005, com o romance histórico Il soppravissuto, conquistou a edição XLIII do prêmio Campiello. Com Una storia romantica, de 2008 recebeu o Mondello e em 2015, com a publicação de Il tempo migliore della nostra vita, recebeu o Viareggio e outros prêmios, como o Seleção Campiello. Com M, o filho do século foi laureado com o Prêmio Strega, o mais importante da literatura italiana.
M, O FILHO DO SÉCULO
Foto: Inteínseca/Divulgação

Editora: Intrínseca
816 páginas
Impresso: R$ 79,90
E-book: R$ 54,90