Foto de: Priscila Buhr

Ouça aqui: https://youtu.be/O25zGWqJDKQ

Uma trilha viajante, vinda no rastro do tempo, pega o ouvido para passear na nova canção de Karina Buhr, “Poeira da Luz”. Enquanto o quinto disco de sua carreira solo não chega, a artista entrega a leveza capsular de uma sonoridade feita em trânsito, e que traz imagens e memórias em dança, num encontro de instrumentos percussivos, eletrônicos e de sopro.

A música e a letra são de Karina e o arranjo foi feito por ela, Ubiratan Marques (criador da Orquestra Afrosinfônica e ex-tecladista da banda Reflexu’s) e João Meirelles (BaianaSystem). Karina também divide a produção musical com João Meirelles. A gravação ocorreu em Salvador, no estúdio Ori, com mixagem de Victor Rice e masterização de Felipe Tichauer.

Já disponível em todas as plataformas digitais, a obra sai da gaveta como um presente de um tempo sem tempo, do entrelugar onde habita a lembrança, a saudade e as andanças. “’Poeira da Luz’ é sobre saudade de algum cenário, algum lugar, mas não em um lugar de melancolia, é como uma volta em uma cidade ou casa, em que algumas coisas estão lá e outras não. É da observação disso, da percepção do movimento, não da lamentação, mas ainda saudade. A poeira dançando na luz conta histórias sobre o tempo”, destaca a cantora e compositora.

Sempre em movimento, tanto física quanto criativamente, Karina vê essa transitoriedade refletida em sua obra. “Eu sempre estive em trânsito, de mudança, de um canto pro outro, me sentindo completamente em casa em muitos lugares e também uma sensação de estar sempre indo e quase nunca voltando pra casa. Acho que minhas músicas acabam sendo assim também, de alguma forma”, analisa a também escritora e atriz, que percebe suas músicas pela fresta da literatura, dos roteiros cinematográficos e da estrutura narrativa dos contos.

Com uma carreira musical que começou em 1992, como baiana do maracatu Piaba de Ouro e depois batuqueira do Estrela Brilhante do Recife, Karina Buhr já integrou o afoxé Ilê de Egbá, as bandas Eddie, Comadre Fulozinha, Bonsucesso Samba Clube, Zabumba Velha do Badalo , Véio Mangaba e suas Pastoras endiabradas. Tocou com artistas como Erasto Vasconcelos e Antônio Nóbrega. Em sua trajetória solo, lançou os álbuns Eu Menti pra Você (2010), Longe de Onde (2011), Selvática (2015) e Desmanche (2019).

Já se apresentou em importantes festivais internacionais como Womex, Festival Roskilde, Festival Músicas do Mundo, de Sines, na Casa da Música, Porto, Portugal e no Palau de la Música Catalana, Espanha. No teatro, foi integrante do Teatro Oficina, São Paulo, entre 2000 e 2007, onde participou, como atriz, cantora e compositora, das montagens de As Bacantes e Os Sertões com temporadas em São Paulo, Berlim, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Quixeramobim e Canudos. O trabalho com teatro começou em Recife, nos anos de 1990, com o Balé Brasílica, em temporadas no Teatro Beberibe e com a Trupe Romançal, em cartaz no Teatro Arraial e apresentações no Festival de Curitiba e Porto Alegre em Cena.

Em 2019 Karina Buhr estreou como atriz no cinema, no longa Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves Souza, vencedor do prêmio do júri da mostra Generations, na Berlinale 2020. Como escritora publicou os livros Desperdiçando Rima (Rocco – 2015) e Mainá (Todavia – 2022). Em 2024, assina a trilha sonora original da série “Chabadabadá” (Canal Brasil), com produção musical de sua autoria, Rami Freitas, Briar e Izma Xavier. Atua no longa Lispectorante, de Renata Pinheiro.

| ficha técnica |
música e letra: Karina Buhr
direção musical: Karina Buhr

produção musical: Karina Buhr e João Meirelles
arranjo: Karina Buhr, João Meirelles e Ubiratan Marques

voz e congas: Karina Buhr
bateria eletrônica, synth bass, efeitos eletrônicos, sintetizador: João Meirelles
congas, timbales, cowbell, xequerê: Ícaro Sá
Trompete: Karen Fernanda
Trombone: Tiago ValoiS
sax e flauta: Nilton Azevedo
mixagem: Victor Rice
masterização: Felipe Tichauer

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