Um convite a refletir sobre o amadurecimento e as diferentes fases da vida embala “O Que Espero”, novo single do cantor e compositor carioca Jotadablio. Estreando seu trabalho autoral com uma gama de referências, o artista faz desse segundo single um diálogo atemporal sobre as nossas inseguranças e expectativas diante dos ciclos e etapas da vida adulta.
Ouça “O Que Espero”: https://bit.ly/
Se o alt country e o indie guiaram o single de estreia, “Livro na Estante”, agora são o indie folk e a MPB oitentista que inspiram Jotadablio nessa canção, onde os desejos por uma vida plena se contrastam com a realidade inevitável da morte.
Ouça “Livro na Estante”: https://smarturl.it/
“‘O Que Espero’ é uma reflexão existencial superficial sobre vida e mortalidade escrita em 2018, num período quando meu pai se recuperava de um infarto, eu tinha acabado de fazer aniversário e o André, amigo e parceiro em algumas composições do disco que estou finalizando, se entendia dentro do papel de pai. O arranjo foi pensado já no estúdio, onde eu e o Manoel Magalhães, produtor do disco, buscamos inspiração no indie/folk de artistas como Damien Jurado, por exemplo”, recorda.
Jotadablio é o projeto musical do compositor e jornalista Jorge Wagner, que há quase 20 anos milita na cena independente nacional. Nascido em Paracambi (RJ), Jorge organizou tributos de sucesso na internet na década passada: Raça Negra (“Jeito Felindie”, 2012) e Belchior (“Ainda Somos os Mesmos”, 2014), que reuniram, dentre outros, artistas como Letrux e Lucas Vasconcellos (então integrantes do duo Letuce), Harmada, Transmissor e The Baggios.
Com uma grande bagagem de canções compostas nos últimos anos, Jorge finaliza “Toda Forma de Adeus”, seu primeiro álbum. Centrado em diversas formas de despedidas, o disco será lançado ainda em 2022. Enquanto isso, “O Que Espero” se une a “Livro na Estante” nas plataformas digitais.
Crédito: Leonardo Elger
Ficha técnica
Gravada no Estúdio 8-bics
Todos os instrumentos por Manoel Magalhães
Produzida por Manoel Magalhães e JW
Letra
Eu esperava o mundo me dizer um pouco mais
Pensava que o tempo me traria alguma paz
Os sonhos na bagagem, uns ficaram para trás
No espelho me pergunto o que há do velho rapaz
O que ficou?
O que me veio?
Pra onde vou?
O que ainda espero?
Meu filho lá na sala aprende a firmar os pés
Minha mulher faz planos pro futuro de nós três
O carro na garagem, boletos e papéis
E tudo nos conformes pra vencermos mais um mês
A vida apressou
Ou pisou no freio?
Pra onde vou
Se existe um destino?
O que ficou?
O que me veio?
Pra onde vou?
O que ainda espero?
E se no fim algum acaso,
O universo ou mesmo Deus
Prolongar meus dias
Até meus ossos se partirem
E se eu disser aos poucos
Toda forma de adeus
E ver virarem sombras
Os que ainda hoje vivem
O que ficou?
O que me veio?
Pra onde vou?
O que ainda espero?
A vida apressou
Ou pisou no freio?
Pra onde vou
Se existe um destino?