Inserido numa unidade protegida com 10,7 hectares de Mata Atlântica, na zona oeste do município, o Jardim Botânico recebeu 36.375 visitantes neste ano
Em 1979, a capital ganhava o Jardim Botânico do Recife (JBR), um importante espaço e um verdadeiro presente para as futuras gerações. Criado por meio do Decreto nº 11.341, assinado pelo então prefeito Gustavo Krause, o local passou a abrigar coleções botânicas, jardins e um remanescente de floresta atlântica que se integra a outras unidades protegidas, formando um importante cordão verde na Zona Oeste do município. No dia 1° de agosto daquele ano, o JBR, abriu as portas ao público, inserido numa unidade protegida com 10,7 hectares de Mata Atlântica, no Curado. Em 2019, quando comemora quatro décadas, o local – que funciona de terça a domingo, das 9h às 15h30 – já recebeu 36.375 visitantes até junho e figura entre os cinco melhores do Brasil, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.
A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, comemora a data em solenidade dia 1º de agosto, às 10h, com uma série de novidades para aguçar a experiência e a vivência do visitante. Serão inauguradas a coleção de Passifloraceae, que embasa ações de pesquisa e conservação e permite ao visitante conhecer e contemplar espécies de Maracujá que ocorrem na flora nativa e exótica, a Trilha Acessível com extensão de 50m destinada a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida e um aplicativo desenvolvido por estudantes da Universidade Rural Federal de Pernambuco incluindo informações em áudio sobre todos os espaços do Jardim Botânico. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Neves Filho, receberão autoridades e parceiros institucionais do espaço em programação que inclui caminhada ecológica, dinâmica com artistas-educadores da Secretaria de Meio Ambiente e sustentabilidade, apresentação do Coral Pró-Criança, formado por jovens cantores de 14 a 25 anos em situação de risco, e corte de bolo.
O Jardim Botânico do Recife vai muito além do lazer e da exibição de plantas. “É considerado um museu vivo, suas coleções permitem que a sociedade conheça a biodiversidade e a importância das plantas para a humanidade, além de possuir um amplo acervo de espécies catalogadas. Até o final do ano, novos espaços e instalações serão inaugurados no JBR, assim como ações para desenvolver a percepção dos impactos das ações humanas sobre o meio ambiente”, ressalta o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Neves Filho.
Com a missão de contribuir para a conservação da flora pernambucana, em especial da Mata Atlântica, integrando práticas de educação ambiental, paisagismo e pesquisas científicas, conheça os detalhes de cada espaço do Jardim Botânico do Recife:
BIOMAS DE PERNAMBUCO
Pernambuco possui um território com mais de 98.000 km², sendo encontrados tipos vegetacionais associados aos biomas Floresta Atlântica e Caatinga. As vegetações mais úmidas são encontradas próximo ao litoral, enquanto as mais secas, no interior do estado. A grande exceção são os brejos de altitude, enclaves de floresta úmida rodeados pela floresta seca de Caatinga.
Neste espaço estão representadas algumas das principais espécies encontradas nestes tipos de vegetação, com destaque para espécies da Restinga, afloramentos da Caatinga e dos baixios secos do semiárido.
COLEÇÃO DE PASSIFLORACEAE
A coleção científica que embasa ações de pesquisa e conservação permite ao visitante conhecer e contemplar espécies de Maracujá que ocorrem na flora nativa e exótica. As plantas apresentam rara beleza, com curiosas diferenças que podem ser percebidas entre as folhas, flores e frutos das distintas espécies. Em todo o mundo, já foram catalogadas mais de 500 espécies de plantas do gênero Passiflora, das quais mais de 150 são nativas do Brasil.
JARDIM DE PALMEIRAS
Reúne as principais espécies da família Arecaceae nativas e exóticas. São mundialmente apreciadas por sua forma majestosa e valor paisagístico. No ambiente natural cumpre importante função ecológica, servindo de abrigo e alimento a muitas espécies da fauna, além de serem utilizadas para ornamentação de praças, parques, ruas e jardins.
JARDIM AFRICANO
Composto por espécies de origem africana, com destaque para o Baobá (Adansonia digitata L., família Malvaceae) e a Rosa do deserto (Adenium obesum Balf. f., família Apocynaceae). Nas bordas são utilizadas plantas do gênero Sansevieria (família Asparagaceae), muito ornamentais e conhecidas popularmente como Espada de São Jorge.
VIVEIRO FLORESTAL
Também conhecido como “berçário verde”, é responsável pela produção de mudas de várias espécies, prioritariamente nativas da flora pernambucana, inclusive ameaçadas de extinção. É responsável pelo fornecimento de mudas para projetos internos de recuperação de áreas degradadas, bem como plantios de arborização urbana na cidade do Recife. Produz arbustos, arbóreas e palmeiras de valor paisagístico.
JARDIM MEDICINAL
Composto por espécies utilizadas tradicionalmente em práticas de cura, prevenção e tratamento de doenças. Através da educação ambiental e pesquisa científica, o espaço valoriza o conhecimento popular, unindo-o à ciência em busca da melhoria da qualidade de vida.
MELIPONÁRIO
As abelhas são animais invertebrados da Classe Insecta, ordem Hymenoptera, assim como as formigas e marimbondos, podendo viver em grupos ou solitárias. Esses insetos apresentam grande importância ecológica e econômica, sendo responsáveis pela polinização de inúmeras espécies de plantas, tanto nas florestas, quanto nas lavouras agrícolas. Além disso, produzem mel, que serve como fonte de alimento para os seres humanos e diversas outras espécies de animais.
As abelhas nativas do Brasil fazem parte da Subfamília Meliponinae e são conhecidas como “abelhas indígenas” ou sem ferrão. Vivem em colônias, onde uma abelha rainha é responsável pela postura dos ovos e as operárias são responsáveis pelos cuidados e defesa da colmeia.
BOSQUE DA FAMA
Espaço de integração entre o esporte e o meio ambiente, o Bosque da Fama estimula a conservação de espécies nativas da Mata Atlântica e resgata a memória do esporte pernambucano.
ORQUIDÁRIO
O Orquidário do Jardim Botânico do Recife possui uma coleção permanente de orquídeas e placas interpretativas que ajudam o visitante a conhecer melhor as espécies.
Hoje são conhecidas mais de 26.000 espécies que habitam praticamente todos os ambientes do planeta. Toda essa riqueza de espécies está ligada às diversas adaptações, mas a mais cativante de todas é a presença do labelo, uma pétala modificada que atribui às suas flores, peculiar beleza. Atualmente a maior parte das espécies de orquídeas está ameaçada de extinção, devido ao extrativismo ilegal e destruição dos ambientes naturais onde antes ocorriam.
JARDIM DE ARACEAE
Reúne diversas espécies da família representada por herbáceas terrestres, de formas arbustivas, entouceiradas ou acaules, rizomatosas ou bulbosas; outras, de hábitos ascendentes, reptantes ou escandentes, e raramente aquáticas.
Apresentam forte valor ornamental, todavia muitas são cultivadas para alimentação. Quando frescas todas as partes da planta são tóxicas. No México, a infrutescência madura e fresca de “costela-de-adão” são comidas e usadas para aromatizar sorvetes.
JARDIM SENSORIAL
Desenvolvido de forma didática para aguçar o uso dos cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão. Para isso são expostas plantas de espécies que proporcionam ao visitante o contato com diferentes odores, sabores, texturas e cores, além de uma pequena fonte de água, relacionando o som à presença de plantas aquáticas. Na área central são dispostos materiais de diferentes texturas utilizados na produção de mudas.
JARDIM TROPICAL
Finaliza a área de visitação do Jardim Botânico do Recife, destacando plantas dos trópicos utilizadas em projetos paisagísticos, por sua exuberância, sendo destinado a momentos de contemplação. Reúne flores e folhagens vistosas e de rara beleza.
Prêmios Jardim Botânico do Recife
2014 – Prêmio Vasconcelos Sobrinho (CPRH) – Categoria: Destaque Municipal
Pelo projeto desenvolvido no Jardim Botânico do Recife que, através de sua infraestrutura e equipamentos, contribui para consolidar o reconhecimento do papel dessa instituição na melhoria das condições ambientais da cidade do Recife e municípios vizinhos (outorgado à Prefeitura Municipal do Recife).
2015 – Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB), vinculada ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), publicado no Diário Oficial da União, enquadra o Jardim Botânico do Recife à categoria A.
2016 – O Jardim Botânico do Recife recebeu o Selo Solar concedido pelo Instituto Ideal e pela organização WWF Brasil, referências nacionais em energia alternativa e conservação da natureza, respectivamente. O reconhecimento se deve à utilização de sistema fotovoltaico para geração de energia solar na instituição, que tem capacidade para prover 30% do consumo energético no local. As placas geram aproximadamente 2.250 kilowatts/mês, energia equivalente à média consumida em cinco residências.
Serviço:
Aniversário de 40 anos do Jardim Botânico do Recife
Data: 1º de agosto
Hora: 10h
Local: Jardim Botânico – Rodovia BR 232, s/n – Curado