Movimento criado em 2014 por um grupo de psicólogos brasileiros, o ‘Janeiro Branco’ surge como uma campanha humanitária que pretende conscientizar a população para a importância da saúde mental. A proposta é que a sociedade passe a refletir sobre a importância de cuidar da saúde emocional, com foco em qualidade de vida, principalmente, neste período atípico de pandemia. A cor branca, atrelada à campanha, faz alusão a um quadro ou uma página em branco, como oportunidade de escrever ou reescrever um novo começo, já que estamos iniciando um novo ano e, em termos culturais e simbólicos, é um momento em que costumamos traçar planos e rever metas.
Para a Psicóloga do Promoprev, setor que atua na promoção à saúde e prevenção de riscos e doenças da Unimed Recife, Juliana Palácio, os dias têm sido muito difíceis e a população não pode fingir que nada esteja acontecendo. “Precisamos ser realistas do ponto de vista comportamental. Temos uma responsabilidade social a cumprir. A pandemia da Covid-19 continua e estamos acompanhando o aumento dos casos da gripe H3N2. Não existe uma regra, uma receita. Precisamos falar com maturidade sobre adaptação às medidas de prevenção, resiliência e ocupação do tempo de forma produtiva”.
Ainda de acordo com a psicóloga, o mundo pede por saúde mental. “Diariamente enfrentamos situações de esgotamento, exaustão, ansiedade, entre outras coisas. Se não pararmos para cuidar da mente, da nossa vida, equilibrando com atividades que gerem prazer, satisfação e relações saudáveis, terminamos adoecendo”.
Juliana orienta para que a população fique atenta aos sinais de um possível adoecimento mental. “Todos nós temos momentos de tristeza, alegrias, ansiedade, calmaria, porém, se eu percebo que o meu corpo está respondendo com sinais frequentes e minha qualidade de vida está sendo afetada, é o momento de procurar ajuda. As avaliações e diagnósticos são feitos de forma individualizada por psicólogos e quando necessário por psiquiatras. O período de acompanhamento varia de caso a caso”.
Para se manter saudável, a especialista dá algumas dicas. “Compreender que não existe perfeição e que a vida é regrada por várias emoções, reconhecer o próprio limite e buscar ajuda quando necessário, manter-se intelectualmente e fisicamente ativo, reforçar os laços familiares e de amizade, evitar o recolhimento, uso abusivo de álcool, diversificar interesses e, de uma forma geral, buscar o autoconhecimento são sugestões que podem ajudar as pessoas a encontrarem o equilíbrio e lidarem com os problemas do dia-a-dia sem comprometerem a saúde mental”.