A introdução alimentar na infância é um divisor de águas para o futuro das crianças. Quando incentivadas desde cedo a consumirem frutas e legumes, criam hábitos para a vida toda, tendendo a crescerem com maior variedade no paladar e hábitos mais saudáveis.

Para isso, introduzir aos poucos, desde cedo, é a chave para garantir um consumo mais rico em vitaminas e nutrientes. É a partir dos seis meses de idade, quando o aleitamento materno deixa de ser a fonte exclusiva de nutrientes dos bebês, que as frutas são indicadas para serem apresentadas aos pequenos. Porém, não é certeza que o alimento será aprovado na primeira experimentação. Por isso, é preciso que haja uma insistência: é deixar a criança ver a textura, experimentar e, assim, introduzir aos poucos.

A nutricionista da escola Sunny Place, Jéssica Mota, dá uma dica valiosa: oferecer o mesmo alimento em texturas diferentes. “Você pode oferecer ele cru, assado, cozido, em forma de papas ou purê para que a criança possa experimentar aquele mesmo ingrediente em todas as suas formas e talvez encontrar a que ela mais goste. Alguns estudos indicam que se deve expor a criança ao alimento recusado de 8 a 10 vezes, pois a repetição da oferta faz com que ele se familiarize com o sabor, aumentando as chances de ser aceito. O incentivo e exemplo na hora da refeição em família é muito importante”, explica.

Outro fator que auxilia no processo de introdução é deixar as crianças terem autonomia e participarem do momento de escolha, vendo as opções de frutas e verduras e podendo escolher o que deseja comer. Com hortas e árvores frutíferas, hoje várias escolas já permitem que as crianças plantem sementes, reguem e colham a fruta ou a hortaliça.

Por terem tido a oportunidade de acompanhar o crescimento e amadurecimento, as crianças olham de uma forma diferente para aquele alimento, criando um contexto que faz toda diferença na hora que ele for servido. A diretora pedagógica da escola, Roseanne Santos vê e ouve, dos responsáveis, essa diferença. “É interessante porque às vezes plantamos o tomate e a mãe diz que em casa o filho não come, mas aqui come.” Na escola, os alunos têm disponibilidade de cultivar e consumir alface, tomate, temperos, jambo, sapoti, abacate, abricó-do-Pará, manga, laranja e amora, tirados direto do pé.

Além do estímulo ao consumo através da proximidade com o alimento, na escola todas as refeições são feitas da forma mais natural possível. Com um cardápio equilibrado, sempre com a participação de frutas e verduras, as crianças são incentivadas desde cedo a consumirem comida saudável. Jéssica Mota explica que todo o plano alimentar proposto é pensado para atender as necessidades nutricionais dos alunos, oferecendo uma alimentação variada e nutritiva. “A base do nosso cardápio é composta de alimentos in natura, como raízes, tubérculos, leguminosas, ovos, queijo, carnes, cereais e vegetais. Além disso, não fazemos uso de produtos ultra processados, todas as nossas preparações como cookies, bolos e pães são todas à base de farinhas integrais e produção caseira.”

E para os pequenos que já têm esse costume de consumir esses alimentos, inovar na oferta de legumes e frutas é uma boa saída para não enjoar. “Buscar sempre oferecer uma alimentação variada e de qualidade. Assim, a criança conhece novos alimentos e faz a ingestão de nutrientes diversos. Em relação ao que ela já consome com frequência, tentar sempre inovar na receita ou no tempero para que esteja sempre atrativo. Lembre-se que criança é muito visual, então capriche na apresentação do prato, invista no colorido, formatos e texturas diferentes”, aconselha.

Confira uma receita de cookies de banana, canela e aveia indicada pela nutricionista.

Para esta receita, são necessários somente quatro ingredientes: banana prata ou nanica madura (duas unidades); farinha de aveia (uma xícara); canela a gosto; uva passa (2 colheres de sopa).

Modo de preparo:

  1. Amasse bem as bananas
  2. Misture a aveia, a canela e as uvas passas até que vire uma massa
  3. Unte uma forma com azeite ou coloque um papel manteiga no fundo da forma para não pregar
  4. Com a massa, faça bolinhas e coloque-as na forma
  5. Ligue o forno a 180º, coloque a forma com as bolinhas e espere 15 minutos
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