Espetáculos ocupam espaços públicos, em exibições gratuitas, e teatros do Recife, de Caruaru e de Surubim 

O grupo pernambucano de teatro Magiluth comemora os 15 anos de trajetória com uma mostra de repertório no Recife, em Surubim e Caruaru. Durante o mês de outubro, serão 16 apresentações, sendo seis espetáculos e um ensaio aberto da versão do coletivo para o clássico “Morte e vida Severina”, de João Cabral de Melo, ainda em processo de montagem. 

As encenações ocorrem entre os dias e 2 e 27 de outubro. Na capital pernambucana, o público pode assistir a cinco peças no Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), além de uma apresentação gratuita de “Luiz Lua Gonzaga” com data e local ainda a serem definidos. Em Caruaru, o grupo integra a programação do Feteag – Festival de Teatro do Agreste. Já em Surubim, compõe a grade do Mostra Ouro Branco de Artes. 

Formada por Giordano Castro, Mário Sérgio Cabral, Pedro Wagner, Lucas Torres, Erivaldo Oliveira e Bruno Parmera, a companhia é reconhecida como uma das principais do país e atravessa um momento excelente: concorre a três dos principais prêmios cênicos do país – Shell, Associação Paulista dos Críticos de Arte e Aplauso – pela peça “Apenas o fim do mundo”. 

Desde o surgimento, nos corredores da Universidade Federal de Pernambuco, em meio às aulas do curso de licenciatura em artes cênicas, o Magiluth tem trilhado um caminho de experimentação cênica. Textos de Samuel Beckett, Nelson Rodrigues, William Shakespeare e outros dramaturgos já inspiraram adaptações costuradas pelo grupo, em montagens consistentes, provocadoras e premiadas. 

Discussões de questões existenciais, temáticas sociais e análises políticas permeiam as dramaturgias, já apresentadas em mais de 100 cidades. Dos palcos italianos ao teatro de rua, passando por espaços experimentais, os seis atores são guiados pelo conceito de teatro de grupo e sedimentam as dramaturgias em sólidos trabalhos de pesquisa, alguns deles realizados através de intercâmbios com elencos de outros estados do Brasil. 

SERVIÇO 

Agenda 2, 3, 5 e 6 de outubro – “Aquilo que meu olhar guardou para você”, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro (Praça do Campo Santo, s/n, Santo Amaro), às 20h 9 a 12 de outubro – “Dinamarca”, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro (Praça do Campo Santo, s/n, Santo Amaro), às 20h 13 de outubro – “Luiz Lua Gonzaga”, na Praça Dídimo Carneiro, em Surubim, às 20h 14 de outubro – Ensaio aberto de “Morte e vida Severina”, no Reduto Coletivo, em Surubim, às 20h 

19 de outubro – Sessão dupla de “Apenas o fim do mundo”, no Feteag, em Caruaru (local a definir) 23, 24, 26 e 27 de outubro – “O canto de Gregório”, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro (Praça do Campo Santo, s/n, Santo Amaro), às 20h 

Quanto Teatro Marco Camarotti: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada) Praça do Arsenal, Feteag e Mostra Ouro Branco de Artes: acesso gratuito 

Sinopses 

“Aquilo que que meu olhar guardou para você” Um olhar de fora para as cidades que muitas vezes ficam soterradas pelo banal. A peça trabalha a partir das pequenas coisas, aquelas que volatizam num piscar de olhos deixando marcas mais profundas do que o mais grandioso gesto. O homem contemporâneo: as contradições de seus sentimentos, as formas como vive medindo o quanto se envolve com as coisas, o quanto se protege delas. 

“Luiz Lua Gonzaga” O espetáculo é antes de tudo uma celebração e tem como mote um conjunto de pessoas que esperam a volta da chuva, pelo retorno de um rei e divagam poeticamente sobre questões do ser e viver no Nordeste. “Luiz Lua Gonzaga” não é uma história com começo, meio e fim, mas uma série de situações poéticas em homenagem ao Rei do Baião. 

“1 torto” Um homem que por não comensurar o que é sentir, decide tirar o próprio coração e assim, distanciado da causa de todo tormento, tenta entender a origem deste estado-situação. Uma série de ações que se expõem como fluxos de pensamentos e de impressões sobre a vida, o “jogo”, a vida como jogo, o amor, o eu, apropriação, os outros, numa conflitante e honesta tentativa de dar forma, de atribuir contorno ao caos, ao que não conseguimos ver nem tocar apenas sentir, ao que é disforme… amorfo. Como diz o próprio ator, “digam que viram apenas um homem tentando, tentando… 

“O canto de Gregório” Gregório é um personagem inquieto com o sentido de suas próprias ações. Sozinho em seu canto, ele busca uma ética, conversando com mitos da religião e da filosofia e armando um cenário para ser julgado pelo crime de não ser um bom homem. 

“Apenas o fim do mundo” Um homem, ausente há bastante tempo, retorna à casa da família para dar a notícia de sua morte próxima. O reencontro se dá em um domingo, ou ainda, ao longo de quase um ano inteiro. 

“Dinamarca” Vocês estão preparados para viver um momento Hygge? É algo muito simples! Como a vida que levamos… Todos estão simplesmente continuando. Reunidos à mesa celebram os tempos. E que bom que estamos vivendo o melhor momento dos nossos tempos, dos novos tempos. Poderíamos falar sobre política, mas não! Falaremos sobre coisas simples como como um beijo que devora, uma morte, um golpe de sorte. Pois essas coisas acontecem o tempo todo. Todo instante. Vivam esse momento Hygge! Bem-vindos à Dinamarca.