A banda carioca grãomestre segue revelando canções onde reflete sobre questões sociais e urbanas, agora em um single duplo. As faixas “Armadilha” e “Visões adulteradas” se unem às bem-recebidas “Jacinto” e “Saara”, antecipando o EP de estreia do sexteto que mescla influências do jazz, hip hop e indie em uma sonoridade moderna.
Ouça “Armadilha/Visões adulteradas”: http://smarturl.it/graomestreAVA
Se “Jacinto” traduzia desejos intensos e “Saara” trazia um olhar crítico sobre a invisibilidade social, agora grãomestre se aprofunda em uma lírica instigante e provocadora. Na era da pós-verdade, “Armadilha” questiona o que é real, para além das telas. Já “Visões adulteradas” reflete sobre uma sociedade de aparências que vê tudo por lentes opacas.
“As reflexões passadas em ‘Armadilha’ foram as que eu matutava naquela época, meados de 2017. Suada é a mente que pensa demais. Acho que é sobre isso a letra. Armadilha. Mentes inflamadas. Umas delas virou presidente do Brasil. Outra tá aqui escrevendo esse texto, mas vivo pelo progresso. ‘Visões Adulteradas’ é sem dúvidas a letra mais forte e dura que temos. Forte de significado. Acredito na sua potência. Como acredito na potência das pessoas que cito na letra. Todas elas conheci nas ruas do meu bairro, vendendo algo ou pedindo. Dou a atenção que elas merecem. Acabei fazendo amigos. Precisamos mudar nossa cultura e diminuir o preconceito”, explica Max Torras Sandes, vocalista e trompetista da banda, responsável pela capa do single duplo.
Além de Max, gãomestre é formada por Chico Lira (teclado e sintetizadores), Ilan “Chapoca” Becker (baixo), Marcos Schaimberg (guitarra), Antonio Secchin (saxofone) e João Marcos Freitas (bateria). A música do grupo passa por referências que vão de Hiatus Kaiyote, Anderson .Paak, Jordan Rakei, BadBadNotGood e Thundercat com QuintoAndar, Marechal e Projeto Nave e Marcelo D2. Neste ano, a banda estreou com uma série de singles e de apresentações.
Assista ao clipe “Jacinto”: https://youtu.be/ZllEJCyplfY
Assista ao clipe “Saara”: https://youtu.be/baL1B91aDCw
grãomestre é atração do festival Rock The Mountain (Itaipava/RJ) neste final de semana e leva seu show por outras cidades para celebrar o lançamento do EP de estreia, previsto para 2020.
Ficha técnica
Armadilha
Composição: Max Torras, Chico Lira, Ilan Becker
Instrumentos:
Saxofone – Antônio Secchin
Guitarra – Marcos Schaimberg
Bateria – João Marcos Freitas
Baixo e beat eletrônico showdebola – Ilan Becker
Teclados – Chico Lira
Trompete e voz – Max Torras
Gravações realizadas no estúdio Maravilha 8.
Técnico de som – Pedro Tambellini
Mixagem e masterização – Leo Moreira
Uma produção grãomestre
Visões Adulteradas
Composição: Max Torras, Chico Lira, Ilan Becker
Instrumentos:
Saxofone – Antônio Secchin
Guitarra – Marcos Schaimberg
Bateria – João Marcos Freitas
Baixo e shhhhhh – Ilan Becker
Teclados – Chico Lira
Trompete e voz – Max Torras
Gravações realizadas no estúdio Maravilha 8.
Técnico de som – Pedro Tambellini
Mixagem e masterização – Leo Moreira
Letras
Visões Adulteradas
Visões adulteradas
por excesso de lentes opacas
Transparentes são caras
Raras feras vidas frias
Tão frias tipo fogo sem sua chama
Se for lá é só me chamar
Não tenho planos
Não tenho crenças
Tenho meus enganos, vivências
Falsas independências
Jogo de cenas
Tem papel pra centenas
vivendo de aparências
pique globeleza za za za
Agarrados ao pé da mesa
Mas que beleza, em
Só não seja outro refém
O sistema é cruel
Não quer ver ninguém bem
são egos que inflam mais que zepelin
do jeito que tá, não tá bom pra mim
ela já disse que não, para de insistir
se for possível para de existir
fazer do mundo um lugar melhor
mas não cabe geral nesse teu umbigo
Dar mais valor pra quem tá em volta
mas não somente quem é teu amigo
Me machuco
A cada passo em falso que a sociedade dá
Achar que a paz se constrói com arma
da nem pra acreditar
Sinto um desprezo
Mais um poste aceso ilumina o cidadão
que tava só indo pra casa e por causa de um tiro
Vai passar a noite estirado no chão
E essa música não vai ter refrão
Também não é pra ser um sermão
É só uma angústia
que se eu não botasse pra fora
ia virar chumbo no meu coração
Torço muito pelos irmãos
Que começaram a corrida por baixo
Foca nos estudos
Vocês vão pro mundo
Não podem acabar a vida em baixo
Cala a boca desses cabeças de tacho
Que não vem a beleza das ruas
Passam a vida nos seus microondas
E nunca vão vê-la da forma mais crua
Força Ionan, força Leo, força pros gêmeos,
Força Raissa e sua família
que o precioso da vida tá com eles
Armadilha
Pode crer, pra valer
sem querer tu não vai entender
Azeite de dendê
Estranho é você
Mas não é só você
na busca do prazer
e eu já sei porque
esse prato abre a mente
é o desapego do tempo
mais presença mais presente
É coerente
o passado é recordado
e o futuro ninguém sabe qual vai ser
Fica o recado é
especulado
pedra mole água dura
a mentira nua e crua
dar uma cor nessa brancura
e a cultura cura
mas nosso cultural preocupa
Sem desculpa
Fez a merda agora assume a culpa
uma atitude suja
De quem só enxerga a própria bunda
praticante da maldade
ainda diz que é oriunda
por favor
sem pavor
sente a vida
o calor
seu valor
nós vivemos do sabor
vamo que vamo começar do início
Acolhe um vício, um precipício
o fácil vai ficar difícil
só perguntar pro doutor
Tipo contrato vitalício
Trocar o prédio pelo edifício
é apenas só mais um indício
De uma jogada, um artifício
A mente exerce seu ofício
Uma ação rebuscada
Pra te manter na cercada
Remoendo vivências
Ou planejando sacadas
Saiam de suas sacadas
Despluguem todas tomadas
As ruas foram tomadas
E guardem suas pomadas
mente inflamadas ainda são aclamadas
é tipo um conto de fadas
ou umas fadas que contam
Siga grãomestre: