Fernando de Noronha foi destaque nesta sexta-feira (05) do workshop promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Brasília. O evento tem por objetivo a apresentação de resultados dos projetos de pesquisa incentivados pelas unidades de emergência de saúde pública e desastres da OPAS no país, no que diz respeito ao combate da Covid-19. Estiveram presentes o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, o superintendente de Saúde da ilha, Fernando Magalhães e o coordenador do termo de cooperação entre a Secretaria e a OPAS, Mozart Sales.

Durante a apresentação de Fernando de Noronha, foi feito um balanço do enfrentamento ao coronavírus na ilha, sob o tema Aspectos Epidemiológicos e Imunológicos da Coorte no Arquipélago. Na ocasião, Mozart Sales fez uma explanação das ações que a ilha adotou ao longo da pandemia para conter o surto da infecção em Noronha, desde a chegada dos primeiros casos na ilha, com investigação intensa feita por profissionais de saúde, adotando a quarentena de ilhéus infectados e a busca ativa das pessoas que tiveram contato com os doentes, além da realização de testagem e medidas sanitárias preventivas.

Mozart Sales destacou a criação do Plano de Contingência do distrito focado exclusivamente no combate ao vírus, que resultou em protocolos sanitários rígidos, suspensão de atividades turísticas, proibindo a entrada de visitantes na ilha, e a restrição, em determinado momento, da circulação em vias públicas, permitindo a saída apenas para atividades essenciais. Os protocolos, como apontou a apresentação, foram sendo flexibilizados conforme o sucesso no combate à pandemia, com a ilha sendo aberta gradativamente ao turismo, mas com a obrigatoriedade de exames e uma série de regras de entrada e circulação.

Também foram apresentados dados do estudo intitulado “Incidência e Prevalência da Covid-19 no arquipélago de Fernando de Noronha”, realizado em cinco fases (iniciado em maio de 2020 e concluído em maior de 2021), responsável por avaliar a imunidade humoral (anticorpos) e celular (linfócitos) de defesa do organismo contra a doença, e também um outro estudo realizado em três fases (atualmente foram feitas duas), para investigar a efetividade da vacina na população noronhense, a partir da imunidade humoral e celular dos participantes.

Nas considerações finais, foi dado destaque à vacinação, iniciada em janeiro deste ano, se mostrou de grande eficácia no controle do vírus, com queda entre os casos agudos nas duas últimas fases da pesquisa. Atualmente, a população adulta da ilha está 100% vacinada e, pelo novo protocolo de entrada, apenas pessoas que tomaram a vacina contra a Covid-19 podem desembarcar no arquipélago.

“Foi muito importante essa troca de experiências, a gente levar o que vivenciou em Fernando de Noronha e também escutar o que foi feito em outros estados. Vale salientar que todos reconhecem o êxito do nosso trabalho, que seguiu à risca os protocolos e a ciência“, disse Fernando Magalhães, superintendente de Saúde do distrito.

Depois do workshop, os representantes de Pernambuco tiveram uma reunião com a represente da Opas no Brasil, Socorro Gross, para tratar de novas parcerias em Noronha. “Nós discutimos sobre a continuidade de pesquisas na ilha, não só relacionadas à Covid, mas também em outras áreas, o que é muito bom, porque estamos abrindo o leque de oportunidades para levar mais conhecimento e avançar em outros campos de atuação”, concluiu Fernando Magalhães.