Aplicativo e site “Sulanquei” será um marketplace do Polo de Moda do Nordeste e espera disponibilizar produtos de mais de 2.000 barraqueiros e lojistas da Feira da Sulanca para todo o Brasil e exterior

A Feira da Sulanca é uma das paradas obrigatórias para todo mundo que passa pelo interior de Pernambuco. Além de ponto turístico, é um dos maiores comércios do estado de vestuário, com quase 20 mil barraqueiros. Mais de 10 mil visitantes circulam pelas três cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama em um dia de alto movimento e esse movimento foi reduzido ao número zero durante a pandemia. O aplicativo vai atender a todo o Nordeste, com início das operações em Pernambuco, em novembro.

Pensando nisso, três jovens empreendedores se juntaram para lançar o aplicativo Sulanquei, uma plataforma online em que usuários de qualquer lugar do Brasil podem comprar os produtos da Sulanca em casa, com precinho da feira. Agora todo dia é “dia de feira” e o público em geral pode adquirir os produtos online a partir de segunda-feira (2) no endereço www.sulanquei.com.br. Sulanqueiros podem se cadastrar para as vendas já no site. 

O serviço vai funcionar no esquema de marketplace em que os barraqueiros se cadastram, adicionam os produtos disponíveis e é possível não só realizar vendas para o consumidor final, como também fazer controle de estoque e lucros. A expectativa dos sócios Leonardo Carvalho, Matheus Nery e Tiago Junqueira é que 2.000 sulanqueiros entrem para o aplicativo e que isso reflita um aumento de 65% nas vendas da Feira da Sulanca anualmente.

“A ideia surgiu com base não só da pandemia, mas é um projeto minuciosamente elaborado para atender, elevar e valorizar a classe. Nosso objetivo é ultrapassar as fronteiras regionais e colocar o Nordeste na rota da moda nacional e quem sabe internacional. Queremos que barraqueiros das três cidades tenham a primeira filial nacional de suas barracas no Sulanquei”, explica Leonardo Carvalho. Para tanto, além do e-comerce, o projeto contempla capacitação para os feirantes entenderem o processo de empreendedorismo digital e possam alavancar ainda mais o negócio. Os sócios investiram cerca de R$ 95.000 no projeto e esperam ter o retorno em até um ano.

O Sulanquei oferta diferentes pacotes para os sulanqueiros cadastrarem optarem baseado na quantidade de produtos cadastrados, número de administradores do perfil e também com publicidade na plataforma. Para aderirem aos planos, os feirantes precisam apenas se cadastrar. 

Sobre a Feira da Sulanca de Caruaru

A Feira da Sulanca é uma feira que surgiu inicialmente na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, na zona do agreste de Pernambuco, a partir dos retalhos de helanca trazido da cidade de São Paulo. 

O termo sulanca surgiu da junção de helanca vinda do sul, na década de 1960, quando os comerciantes Manoel Morais, Manuel Francisco de Deus, além de algumas famílias tradicionais da terra, tal como a Monteiro, começaram a fabricar e vender, em Santa Cruz do Capibaribe, as primeiras peças de vestuário, além do próprio tecido.

A sulanca durante muito tempo ficou conhecida de forma pejorativa, sendo relacionada a roupa de baixa qualidade. O estigma acompanhou a feira durante muitos anos de só ter produtos de baixa qualidade. Hoje, a feira que teve sua origem na cidade de Santa Cruz do Capibaribe e que com o tempo se expandiu para a cidade de Caruaru, funciona como uma espécie de atacado para centenas de pequenos comerciantes de outras cidades, que chegam em ônibus fretados especialmente para a feira, vindos de diversas partes do Brasil.

VÍDEO SOBRE O SULANQUEI: