Localizada entre a laringe e os brônquios, a traqueia é um órgão cartilaginoso que integra o sistema respiratório juntamente com as fossas nasais, a faringe, os brônquios e os pulmões. Sua função é filtrar, umedecer e aquecer o ar para conduzi-lo aos pulmões. Alguns problemas podem surgir, sendo necessária uma intervenção cirúrgica em várias situações, como no caso das estenoses –  obstrução da região interna da traqueia.

A estenose pode ser adquirida ou congênita (vistas no nascimento, são raras e de difícil tratamento). Quando não congênita, ocorre após uma intubação que gerou um processo de cicatrização, que, por sua vez, causa a estenose. Quando a pessoa é colocada em ventilação artificial, há necessidade de se colocar um tubo na via aérea para ser conectado a máquina que fará a respiração. Isso pode ocorrer pelo nariz, boca ou na região cervical (traqueostomia).

De acordo com o cirurgião torácico Wolfgang Aguiar, do Serviço de Cirurgia Torácica do Recife (SECITOR), a “estenose pode ocorrer após a pessoa ter sofrido um traumatismo da região cervical (pescoço) ou torácica. Também ocorre em decorrência da invasão de um tumor benigno ou maligno de regiões vizinhas, como tumor de pulmão, de esôfago, do mediastino, ou até em pessoas que foram submetidas a qualquer cirurgia nas regiões cervical ou torácica.”

Dentre os sintomas, é comum ter dificuldade para respirar, fôlego curto, chiado na garganta, tosse (com ou sem secreção) e alteração na voz. Muitas vezes, pode-se suspeitar, inicialmente, de outras doenças, como asma e bronquite, diante desses sintomas. O melhor procedimento para realizar o diagnóstico de estenose da traqueia é a endoscopia respiratória.

O diagnóstico precoce e a definição do tratamento são muito importantes. A não identificação da doença pode levar a sequelas pulmonares. Uma estenose aguda, quando não tratada, pode levar à morte por asfixia.

O tipo de tratamento depende da região da traqueia que está sendo afetada pela estenose. Normalmente há necessidade de algum tipo de tratamento cirúrgico para essa doença, feito por um cirurgião torácico. Todos os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados em ambiente hospitalar, com o paciente sob anestesia geral.