Notícias falsas confundem e atrapalham o diagnóstico e o tratamento da doença
Um estudo liderado pela International Agency for Research on Cancer aponta que um a cada cinco homens e uma a cada seis mulheres irão desenvolver câncer ao longo da vida. Só no Brasil, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 600 mil brasileiros deverão receber o diagnóstico da doença em 2019.
Diante destes números, é natural que as pessoas tenham muitas preocupações em relação à doença, porém este receio faz com que o câncer seja um tema sempre atrelado a mitos. Atualmente, ferramentas de busca online e compartilhamento de mensagens por aplicativos são verdadeiros proliferadores das chamadas fake news da saúde e, a única forma de combater notícias sem embasamento científico, é munindo as pessoas com informação.
A conscientização sobre o câncer é a melhor ferramenta para o combate e diagnóstico precoce de tumores malignos. Para ajudar nesta missão, especialistas do Grupo Oncoclínicas, esclarecem uma série de mitos sobre a doença.
Ingerir adoçantes causa câncer
Há muitos anos o adoçante gera desconfiança em relação à segurança na saúde de quem opta por utilizá-los e, por isso, há ainda quem prefira a ingerir o açúcar. “Estudos antigos realizados em ratos utilizando altas quantidades de adoçantes com ciclamato mostraram que de fato causavam câncer. Porém, análises atuais feitas com outros tipos de adoçantes não foram capazes de confirmar essa associação”, esclarece o médico Leandro Apolinário.
Ingestão de leite pode causar câncer ou prejudicar o tratamento de um paciente oncológico
A ingestão do leite é constantemente alvo de debates entre especialistas e também por consumidores. Conhecido como uma ótima alternativa para a prevenção da osteoporose, o leite também é associado ao surgimento do câncer. “Não existem estudos que comprovem a relação direta na causa de tumores. Porém, a alta ingestão é associada a algumas doenças que podem aumentar o risco do surgimento do câncer, como é o caso da obesidade, por exemplo,” explica Leandro Apolinário.
Mamografia realizada anualmente aumenta o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos
Este é um boato recorrente, e, com as redes sociais ganhou ainda mais força nos últimos anos. Recentemente, uma nova onda de fake news invadiu grupos de WhatsApp por conta de um vídeo que passou a circular e que supostamente trazia dados comprovando que a realização anual do exame aumentaria o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos.
Todos os anos cerca de 60 mil brasileiras recebem o diagnóstico de câncer de mama. Este é o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. “Apesar do diagnóstico gerar preocupação, é preciso ressaltar que a doença tem tratamento e que as chances de recuperação total das pacientes quando o diagnóstico é feito de forma precoce supera a marca de 95% dos casos”, explica o médico Leandro Apolinário.
A principal ferramenta para que isso seja possível é a mamografia, um exame que deve ser realizado anualmente a partir dos 40 anos e consegue detectar um nódulo antes mesmo que ele se torne palpável.
Tumor reincidente não tem cura
Tudo depende essencialmente do tipo e do estágio desse tumor. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances de o tratamento ter sucesso. “Quando descoberto tardiamente, podem surgir diversas complicações mesmo após a doença ter sido tratada. Por isso, é fundamental analisar cada caso individualmente”, explica o médico Leandro Apolinário.
Refrigerante pode causar tumores
Não é novidade que o consumo de bebidas açucaradas como o refrigerante faz mal à saúde. Médicos e nutricionistas sugerem, inclusive, que o consumo desse tipo de produto seja abandonado para que a pessoa tenha uma qualidade de vida melhor e a chance de ter diversos tipos de doenças seja menor. Porém, muito tem se falado que além da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, o refrigerante também causa câncer. “O refrigerante não tem ligação direta com a doença. Mas, é preciso ressaltar que o consumo desse tipo de bebida pode levar a outros tipos de problemas de saúde que, esses sim, podem levar ao surgimento do câncer como é o caso da obesidade, que está ligada a pelo menos 13 tipos de câncer”, salienta Leandro Apolinário.