Hoje são mais de nove milhões alunos matriculados na modalidade EAD e a expectativa do ensino à distância é superar o número de alunos presenciais até 2023
Com a pandemia do Coronavírus a mundo digital tornou-se uma realidade para a maioria das pessoas. O que parecia acontecer num futuro distante, foi antecipado pela necessidade de isolamento social. Com isso, aumentou o número de pessoas com acesso à internet e, consequentemente, muitos domicílios conectados. Com isso, o ensino à distância ganhou ainda mais força, já registrando na última década um crescido de mais de 190%.
De acordo com o especialista em desenvolvimento de projetos para EaD da plataforma Thinkr, Matheus Melo, hoje são mais de nove milhões alunos matriculados na modalidade EAD e a expectativa do ensino à distância é superar o número de alunos presenciais até 2023. “Mesmo com a chegada da vacina e a perspectiva de amenização dos efeitos da doença, este ano, os investimentos para ampliação da modalidade EaD no Brasil e no mundo continuarão em alta”, comenta.
Segundo pesquisa divulgada pela TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), o Brasil conta com 134 milhões de usuários de Internet, o que representa 74% de toda a população com mais 10 anos de idade no país. Além disso, cerca de 53% da população que vive fora das zonas urbanas disse ter acesso a internet. Um movimento que segue em ampla expansão, sendo impulsionado, inclusive pela pandemia Covid-19.
“A Covid-19 e suas repercussões fizeram o EaD mostrar a sua eficácia para educar, treinar e capacitar pessoas no mundo inteiro. Prova disto, é que a educação a distância foi a grande responsável pelo desenvolvimento e finalização do ano letivo de 2020 em escolas, cursos e universidades. Ficou nítido que de agora por diante estas instituições não podem contar prioritariamente com o ensino presencial. É preciso seguir investimento no ensino via internet”, ressalta, acrescentando que uma das grandes vantagens apontadas pelos alunos é a quebra de paradigmas.
No ensino tradicional, existe um padrão muito rigoroso em que todos os estudantes devem seguir, mesmo cada um deles tendo rotinas e formas de estudar diferentes. No EaD, o aluno tem maior autonomia, decidindo onde, quando e de que forma vai receber o conteúdo, podendo até mesmo buscar outras fontes de informação enquanto assiste as aulas.
Outra questão fundamental para a migração do ensina presencial para o EaD são os valores das mensalidades. Hoje, 15 milhões de pessoas estão fora da universidade no País e 67% só podem pagar pela educação de nível superior com os valores aplicados no EaD. Ainda de acordo com Matheus, a redução de vagas de programas do Governo Federal como Sisu, ProUni e FIES faz a demanda por EAD crescer ainda mais. “A educação a distância não é um negócio social, pois a maioria das empresas de EAD têm fins lucrativos. Porém, não se pode ignorar que os valores aplicados e formato de ensino democratizam o mercado de ensino à distância. Sua ampliação é viável e extremante necessária”, conclui.